“Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos.” (Jo 15,13). É isso que vamos celebrar nesta semana, chamada a semana maior, a Semana Santa. O amor que se faz entrega e doação total. Em um mundo marcado pela cultura do descartável, da indiferença religiosa e humana, somos convidados, inspirados no amor de Jesus, a testemunhar o amor samaritano, solidário. Fomos criados pelo Amor e para o amor. Nossa vida assume sentido quando abrimos nosso coração ao outro, de modo especial ao outro que sofre, que é pobre, abandonado, esquecido às margens de uma sociedade da indiferença e da exclusão. Nesta Semana Santa, que nos leva à Páscoa assumamos o compromisso de caminhar pela estrada do amor e da solidariedade para vencermos a indiferença que mata. A Páscoa nos ensina a, por Cristo, com Cristo e em Cristo, romper os túmulos da indiferença e do ódio e ressurgir para o zelo, o cuidado, a solidariedade e o amor de compaixão, como também nos propõe o lema da CF deste ano: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34).

 

 

O Domingo de Ramos inicia a Semana Santa centro do Ano Litúrgico na qual acompanhamos Jesus em sua paixão, morte e Ressurreição.

 

A Semana Santa, que inclui o Tríduo Pascal, visa recordar a Paixão e Ressurreição de Cristo, desde a sua entrada messiânica em Jerusalém (Diretório da Liturgia 2020). Todos os cristãos são chamados a viver estes três dias santos, como por assim dizer a “matriz” de sua vida pessoal e comunitária. São três dias da Semana Santa que marcam as etapas fundamentais de nossa fé e de nossa vocação no mundo.

 

Viver a Semana Santa é entrar sempre mais na lógica de Deus, na lógica da cruz que não é antes de tudo aquela da dor e da morte, mas aquela do amor e da doação de si que traz vida. É entrar na lógica do Evangelho. Seguir, acompanhar Cristo, permanecer com Ele exige um sair. Sair de si mesmo, de um modo cansado e rotineiro de viver a fé, da tentação de fechar-se o horizonte da ação criativa de Deus. Deus saiu de si mesmo para viver entre nós e colocou a sua tenda para trazer-nos a sua misericórdia que salva e doa esperança.

 

Devemos viver a Semana Santa iluminados pelo exemplo de Jesus que passou a vida amando, servindo, acolhendo, perdoando, libertando, promovendo a vida e revelando que Deus é Pai de misericórdia, e que nós somos irmãos e irmãs. Que a Campanha da Fraternidade deste ano que tem como tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” nos ajude também na vivência da Semana Santa. Infelizmente, neste ano as celebrações do Tríduo Pascal estão comprometidas pela situação da pandemia causada pela Covid 19. E por causa disso, muitos membros de nossas comunidades não participarão destas celebrações, mas vamos vivê-las espiritualmente na oração confiante ao Senhor, e que fiquemos livres dessa pandemia causada por esse vírus, o quanto antes. Sugiro que em família ou individualmente se faça a meditação das leituras do Evangelho do Tríduo Pascal: quinta–feira Santa, Jo 13, 1-15. Sexta–feira Santa, Jo 18,1-19,42. Sábado Santo, Mt 28,1-10.

 

Vivamos o Tríduo Pascal na certeza de que o amor de Deus é sempre vencedor, e que o mal nunca terá a última palavra. Não deixemos que nos roubem a esperança. Esperança sempre.

 

O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, possui o seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, “quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo mistério pascal, quando morrendo destruiu a morte, e ressuscitando renovou a vida” (Diretório da Liturgia 2020).

 

Desejo a todos viver bem estes dias seguindo o Senhor com coragem, levando em nós mesmos um raio do seu amor a quantos encontrarmos, e sendo samaritanos uns dos outros.

 

Uma boa e frutuosa Semana Santa para vocês.

 

Padre Tarcísio.

 

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