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Comunidade Nossa Senhora de Fátima - Av. Otávio Braga de Mesquita, 871 - Vila Fátima
Horários de missas
Domingo: às 7:30h, 11:00h e 19:00h
Quarta-feira: às 19:30h - Sexta-feira: às 7:30h

Comunidade São Francisco - Rua Síria, 384 - Jd. São Francisco
Horários de missas
Sábado às 19:00h

Comunidade São Lucas - Rua Ana Coelho da Silveira, 266 - Jd. Ipanema
Horários das missas
Domingo às 9:15hs (Exc. Aos 2° Domingos) e às 17:30h 2° terça-feira às 19:30h

Comunidade São Paulo Apóstolo - Rua fonte boa, 173- Vl. Barros
Horários das missas
Domingo às 9:15h - 2° quinta-feira do mês às 19h30 na Igreja da comunidade - 4º quinta-feira do mês às 19h30 nos setores da comunidade



paróquia em Guarulhos

Irmãos e irmãs em Cristo Jesus,

 

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

 

 

“Não apagueis o Espírito, não desprezais as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom” (1 Ts 5,21)

 

  1. No exercício de nossa missão evangelizadora, deparamo-nos com inúmeros desafios, diante dos quais não podemos esmorecer, mas, ao contrário, buscar forças para responder com tranquilidade e esperança.
  2. Nosso país vive um tempo entristecedor, com tantas mortes causadas pela covid-19, um processo de vacinação que gostaríamos fosse mais rápido e uma população que se cansou de seguir as medidas de proteção sanitária. Nosso coração de pastores sofre diante de tantas sequelas que surgem a partir da pandemia, em especial o empobrecimento e a fome.

 

A Campanha da Fraternidade 2021 e suas características

 

  1. Em meio a tudo isso e atendendo à solicitação de irmãos bispos, desejamos abordar a Campanha da Fraternidade deste ano. Algumas afirmações têm ocasionado insegurança e mesmo perplexidade.
  2. Como sabemos, a Campanha da Fraternidade é uma riqueza da Igreja no Brasil, nascida e amadurecida não sem dificuldades e mesmo sofrimentos. A cada Campanha, o aprendizado se fortalece e se mostra continuamente necessário. Assim acontece com cada tema escolhido e assim acontece quando as Campanhas, desde o ano 2000, são feitas em modo ecumênico.
  3. Para este ano, o tema escolhido foi o diálogo, com o tema, portanto, fraternidade e diálogo: compromisso de amor. Trata-se, como explicado nas formações feitas pelo nosso Setor de Campanhas, do recolhimento dos temas anteriores, em especial desde 2018, que tratou da superação da violência, até 2020, quando apresentou-se a proposta cristã do cuidado.
  4. Para 2021, conforme aprovação em nossa Assembleia Geral de 2018, a Campanha foi construída ecumenicamente e, conforme costume desde o ano 2000, sob a responsabilidade do CONIC. Nas primeiras reuniões, discerniu-se pelo tema do diálogo, urgência num tempo de polarizações e fanatismos, cabendo então ao CONIC a construção do texto-base. Isso foi feito conforme está explicado na apresentação do mesmo, com detalhamento da equipe elaboradora, na pág. 9.
  5. Consequentemente, o texto seguiu a estrutura de pensamento e trabalho do CONIC. Foram realizadas várias reuniões, o texto passou por revisão da assessoria teológica do CONIC, uma assessoria com membros das diversas igrejas, chegando, então, ao que hoje temos. Não se trata, portanto, de um texto ao estilo do que ocorreria caso fosse preparado pela comissão da CNBB, pois são duas compreensões distintas, ainda que em torno do mesmo ideal de servir a Jesus Cristo. O texto-base desse ano, por conseguinte, deve ser assim compreendido, como o foi nas Campanhas da Fraternidade levadas a efeito de modo ecumênico.

 

Algumas questões específicas

 

  1. Nos últimos dias, reações têm surgido quanto ao texto. Apresentam argumentos que esquecem da origem do texto, desejando, por exemplo, de uma linguagem predominantemente católica. Trazem ainda preocupações com relação a aspectos específicos, a saber, as questões de gênero, conforme os números 67 e 68 do referido texto.
  2. A doutrina católica sobre as questões de gênero afirma que “gênero é a dimensão transcendente da sexualidade humana, compatível com todos os níveis da pessoa humana, entre os quais o corpo, a mente, o espírito, a alma. O gênero é, portanto, maleável sujeitos a influências internas e externas à pessoa humana, mas deve obedecer a ordem natural já predisposta pelo corpo” (Pontifício Conselho para a Família, Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas., pág. 673).

 

Uma ajuda destacável

 

10. Já pronto o texto-base, fomos presenteados com a Fratelli Tutti, que recomendamos vivamente seja também utilizada como subsídio para a Campanha da Fraternidade deste ano. Ela estabelece forte conexão entre o tema de 2020 e o de 2021, cuidado e diálogo, e muito ajudará na reflexão sobre o diálogo e a fraternidade.

 

Coleta da Solidariedade

 

  1. Junto com essas preocupações de conteúdo, surgiu ainda a sugestão de que não se faça a oferta da solidariedade no Domingo de Ramos, uma vez que existiria o risco de aplicação dos recursos em causas que não estariam ligadas à doutrina católica.
  2. Lembramos que, em 2019, foi distribuída pelo Fundo Nacional de Solidariedade – FNS a quantia de R$3.814.139,81, fruto da generosidade de nossas comunidades, não se incluindo nessa quantia o que foi destinado aos fundos diocesanos. Em 2020, por causa da pandemia, não ocorreu arrecadação. Somente com a ajuda da instituição alemã Adveniat conseguimos atender a 15 projetos.
  3. Sobre isso, recordamos que o FNS segue rigorosa orientação, obedecendo não apenas a legislação civil vigente para o assunto, mas também preocupação quanto à identidade dos projetos atendidos. Desde o início da construção da Campanha da Fraternidade de 2021, temos informado ao CONIC a respeito da dificuldade e até mesmo da impossibilidade de mantermos a estrutura do Fundo de Solidariedade como ocorrido nas Campanhas ecumênicas anteriores. Sobre este ponto, tendo como base a última dessas Campanhas, a de 2016, esta Presidência já manifestou ao CONIC as dificuldades e, por espírito de comunhão e corresponsabilidade, vai conversar sobre o assunto na próxima reunião do CONSEP. A conclusão será informada em seguida.

 

Desse modo:

 

  1. Em consequência, respeitando a autonomia de cada irmão bispo junto aos seus diocesanos e como não poucos irmãos nos têm solicitado indicações para informar ao povo sobre a CF 2021, consideramos importante que sejam destacados os seguintes aspectos:
    1. 1)  A Campanha da Fraternidade é um valor que não podemos descartar.
    2. 2)  Alguns temas, conforme seu modo de ser apresentado, tornam-se mais difíceis que outros.
    3. 3)  A Igreja tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela.
    4. 4)  Os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica.
    5. 5)  A causa ecumênica se mantém importante. “Uma comunidade cristã que crê em Cristo e deseja com o ardor do Evangelho a salvação da humanidade não pode de forma alguma fechar-se ao apelo do Espírito que orienta todos os cristãos para a unidade plena e visível… O ecumenismo não é apenas uma questão interna das comunidades cristãs, mas diz respeito ao amor que Deus, em Cristo Jesus, destina ao conjunto da humanidade; e criar obstáculos a este amor é uma ofensa a Ele e ao Seu desígnio de reunir todos em Cristo” (S. João Paulo II, Encíclica Ut Unum Sint, 99)
  2. Concluímos lembrando a importância da Campanha da Fraternidade na história da evangelização do Brasil. É nossa marca. Cabe-nos cuidar dela, melhorá-la sempre mais por meio do diálogo, assim como nos cabe cuidar da causa ecumênica, um ideal que se nos impõe. Se nem sempre é fácil cuidar de ambos e de muitos outros aspectos de nossa ação evangelizadora, nem por isso devemos desanimar e romper a comunhão, uma de nossas maiores marcas, um tesouro que o Senhor Jesus nos deixou e do qual não podemos abrir mão. Não desanimemos. Não desistamos. Unamo-nos.

 

Brasília, 09 de fevereiro de 2021

D. Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo de Belo Horizonte, MG Presidente

D. Jaime Spengler

Arcebispo de Porto Alegre, RS 1o Vice-Presidente

D. Mário Antônio da Silva

Bispo de Roraima, RR 2o Vice-Presidente

D. Joel Portella Amado

Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ Secretário-Geral

 

 

Quaresma: Caminhada para a celebração da Páscoa, a ressurreição do Senhor.

Celebrada desde o século IV, a Quaresma vai da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, inclusive.

 

Nesses quarenta dias, o Senhor nos chama a sair de nossas trevas e a encaminharmo-nos rumo a Ele, que é a luz. Quaresma é período de penitência destinado a nos renovarmos em Cristo, a renascermos do alto, do amor de Deus. E é por isso que a Quaresma é, por natureza, tempo de esperança. Neste sentido, é preciso olhar para a experiência do Êxodo do povo de Israel, que Deus libertou da escravidão do Egito por meio de Moisés, e o guiou durante quarenta anos no deserto até entrar na terra da liberdade. Jesus nos indica o caminho da nossa peregrinação pelo deserto da vida, um caminho exigente, mas cheio de esperança. O êxodo quaresmal é o caminho no qual a própria esperança se forma. É um caminho dificultoso, como é justo que seja, mas um caminho pleno de esperança.

 

A palavra de Deus exorta-nos a nos convertermos e a crermos no Evangelho, e a Igreja indica-nos na oração, na esmola e no jejum, assim como na generosa ajuda aos irmãos, os meios, através dos quais podemos entrar no clima da autêntica renovação interior e comunitária.

 

A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa da Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus “de todo o coração” (Jl 2,12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor.

 

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove este ano, durante a Quaresma, a Campanha da Fraternidade, cuja finalidade principal é vivenciar e assumir a dimensão comunitária e social da Quaresma.

 

A Campanha da Fraternidade ilumina de modo particular os gestos fundamentais desse tempo litúrgico: a oração, a esmola e o jejum.

 

Neste ano, a Campanha da Fraternidade é Ecumênica; o tema é: “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor”. E o lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”. (Ef 2,14a). A Campanha da Fraternidade é um modo privilegiado pelo qual a Igreja vivencia a Quaresma. Há mais de cinco décadas, ela anuncia a importância de não separar a conversão do serviço aos irmãos e irmãs, à sociedade e ao planeta, nossa Casa Comum. A necessidade de uma reflexão sobre o tema do diálogo foi indicado por inúmeras pessoas e grupos que enviaram sugestões de tema para a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021. A fé nos lembra que Cristo é nossa paz e nos anima a prosseguir pelo caminho da unidade na diversidade. A Boa Nova do Evangelho nos une e acolhe nossas diferentes experiências de testemunho cristão. A escolha por testemunhar a fé vivida em diversidade desafia-nos para realizar a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021. Com ela, afirmamos que a fraternidade e o diálogo são compromissos de amor, porque Cristo fez uma unidade daquilo que era dividido.

 

Uma abençoada e frutuosa Quaresma a todos e a todas.

 

Padre Tarcísio.

 

 

Jesus: luz que brilha nas trevas, razão de nossa esperança

 

“o povo que andava nas trevas viu brilhar uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9,1).

Alegria, felicidade, regozijo tomam conta de todos porque deus faz nascer nova esperança para o povo oprimido e marginalizado. Deus quer o melhor para nós e nos dá o que ele tem de melhor. Ele nos dá seu filho Jesus. “o anjo então lhes disse não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria que será para todo o povo: hoje nasceu para vós o salvador, que é o Cristo Senhor” (lc 2,10-11).

 

Nesta criança frágil está o amor infinito de Deus por nós, e sua solidariedade para a com a humanidade.

Nesta criança está a esperança de um novo céu, e de uma nova terra, onde habitará a justiça, e uma sociedade mais civilizada, mais respeitosa dos direitos humanos, e mais pacificada no amor.

O natal deste ano acontece no contexto de pandemia. Em que muitas pessoas morreram, são mais de 185.000, muitos estão infectados, são mais de 7 milhões. Muitas pessoas estão angustiadas, depressivas, com síndrome do pânico, com medo de serem contaminadas, sem perspectiva de vida, muitos se perguntam: o que será de nós? O que podemos esperar? À luz do natal de Jesus, sejamos sinais de esperança para essas pessoas que estão vivendo estas realidades dolorosas. Sejamos luz do amor do menino de Belém para todos os sofredores e sofredoras. Sejamos luz que ajuda o povo a vencer o desanimo, e o medo. Ajudemos as pessoas a se sentirem motivadas para reconstruirem suas vidas, a encontrarem razões para continuarem vivendo.

Desejo de coração a todos, e a todas, que caminham nas comunidades que compõem a paróquia Nossa Senhora de Fátima um feliz natal com Cristo e em Cristo, razão de nossa esperança!

 

Padre Tarcísio.

 

 

Como a Celebração do Natal é a realização concreta do amor de Deus pela humanidade, neste mês quero refletir com vocês sobre este amor.

 

“Deus é amor” é a definição mais correta e mais profunda de Deus. O ser de Deus, a sua essência é o amor. São João Apóstolo diz: “quem não ama não conhece Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4,8). Só O experimenta quem ama de verdade e sinceramente. Seu amor é abundante, transborda, extrapola, não tem medida.

Deus ama a todos indistintamente, e não coloca condições para nos amar. Ele nos ama apesar de nossas fraquezas e infidelidades, e nos ama do jeito que somos. “Ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Fomos criados por Deus por amor e para o amor. Fomos criados para amar. “Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus” (1 Jo 4,7). Deus nos ama com infinito amor desde sempre, mas com frequência nós nos mostramos incapazes de responder com o mesmo amor. “Quando Israel era menino, eu o amei. Do Egito chamei o meu filho; e, no entanto, quanto mais eu chamava, mais eles se afastavam de mim” (Os 11,1-2). Deus é fiel e reafirma esse amor mesmo quando foi quebrada a harmonia do paraíso com o primeiro pecado; providenciou uma vestimenta para o homem, quando ele recusou o seu amor.

 

Recusando o amor de Deus ele se sente nu, e sua nudez significa que toma consciência do não, dado ao amor de Deus. “Javé Deus fez duas túnicas de pele para o homem e sua mulher, e os vestiu” (Gn 3,21).

 

Deus manifesta todo o seu amor através de Jesus Cristo, para salvar e dar a vida a todos. “Deus amou de tal forma o mundo que entregou o seu Filho único, para todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Jesus é a encarnação de seu amor, é o amor de Deus encarnado. Toda a sua vida, suas palavras, seus gestos e ações foram uma constante revelação desse amor.

 

O amor de Deus é um amor solidário e de compaixão. “Eu mesmo vou procurar as minhas ovelhas, procurarei aquela que se perder, trarei de volta aquela que se desgarrar, curarei a que se machucar, fortalecerei a que estiver fraca” (Ez 34, 11.16).

 

Ele nos conhece pelo nome, nós somos dele. “Agora, porém, assim diz Javé, aquele que criou vocês, Jacó, aquele que formou você, ó Israel: Não tenha medo, porque eu o redimi e o chamei pelo nome; você é meu” (Is 43,1).

 

Deus não se esquece de nós. “Mas pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você. Veja, eu tatuei você na palma de minha mão” (Is 49,15-16).

 

O amor de Deus é eterno. “Eu amei você com amor eterno; por isso, conservei o meu amor por você” (Jr 31,3).

 

“Se alguém possui os bens deste mundo e, vendo o seu irmão em necessidade, fecha-lhe o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele?” (1Jo 3,17). Só o serviço ao próximo, principalmente aos mais pobres e marginalizados, abre os nossos olhos para aquilo que Deus faz por nós e para o modo como Ele nos ama. Só a nossa disponibilidade para ir ao encontro do próximo mais necessitado e vítima de injustiças é que nos torna sensíveis também diante de Deus.

 

As pessoas vão acreditar no amor de Deus e vão se convencer dele mediante o nosso testemunho. Por isso, é através da solidariedade ativa com os mais pobres, com os excluídos da vida social e econômica, com os abandonados, com os desprotegidos, com aqueles que a sociedade descarta ou considera como supérfluo que revelaremos que Deus é amor. Diante de um mundo marcado pelo ódio, pelo preconceito e por discriminações, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor.

 

Diante de tanto egoísmo, individualismo e ganância, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor. Diante da idolatria do mercado, em que tudo é determinado pelo econômico e pelo lucro, em que há uma exaltação do ter em prejuízo do ser, e um consumismo, em que se gasta por gastar, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor. Diante de um indiferentismo religioso e humano, em que a vida humana é ridicularizada e banalizada, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor.

 

Sejamos sinais do amor de Deus que redime, transforma e salva, todos os homens e mulheres, assim a nossa vida será um eterno Natal.

 

Que o amor de Deus nos anime na vida e na missão. E que ele abençoe a todos no seu amor de Pai.

 

Padre Tarcísio.

 

 

Neste mês de novembro, quero refletir com vocês sobre as Celebrações de Finados, Todos os Santos e Santas, e Cristo Rei do Universo.

 

 

Finados: Nesse dia, não só recordamos nossos entes queridos que se foram, mas renovamos nossa certeza na ressurreição. Sentimos a dor da separação, mas não a do desespero. Sentimos o peso da saudade, mas nunca da incerteza da presença de Deus.

 

A morte é e sempre será um mistério que perpassa a história humana e somente a Fé nos dá a certeza de um dia participarmos da alegria eterna no céu. Se com Cristo vivemos, com Ele morremos e como Ele ressuscitaremos. O Dia de Finados lembra os mortos, mas lembra que somos vivos e vivemos da vida nova ofertada por Jesus com sua morte de cruz e ressurreição. Por isso, queremos lembrar os mortos lembrando a vida, a morte de nossos irmãos e irmãs, mas também a morte da natureza. Vivemos o padecer da natureza e sua morte nas queimadas na região amazônica e no Pantanal.

 

Neste ano, queremos rezar em comunhão com as famílias que perderam seus entes queridos, vítimas do coronavírus. Mas também desejamos trazer recordação e prece aos que morreram no anonimato, e quem sabe, até sozinhos.

 

O Prefácio 1 da Missa para os Mortos tem um tom de humana suavidade e divina certeza: “Nele refulge para nós a esperança da feliz ressurreição. E aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Ó Pai, para os que crêem em vós a vida não é tirada, mas transformada, e desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.

 

Vivamos aqui na terra preparando nossa morada no céu, pela vivência das bem aventuranças e vivendo a vida na doação por amor.

 

Todos os Santos e Santas: Celebrar a festa de todos os Santos e Santas é celebrar a nossa vocação à santidade. Santidade não é privilégio de ninguém. Todos os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. É bom ressaltar que santidade não é fuga das realidades do mundo, não é ficar de mãos postas rezando o dia todo. Santidade não é beatice, não é medo de viver, é uma atitude dinâmica, uma busca de pertencer mais a Deus. Não exige boa aparência. Santidade é viver o projeto de Deus, testemunhar os valores do Reino, viver segundo o espírito das bem-aventuranças, é viver e agir de acordo com a vontade de Deus. Ser Santo significa ser de Deus. O Papa Francisco, na Exortação Apostólica “Alegrai- vos e Exultai”, exorta-nos a não termos medo de apontar para mais alto, de nos deixarmos amar e libertar por Deus. A santidade não nos torna menos humanos, porque é o encontro da nossa fragilidade com a força da graça. O Papa cita León Bloy, que dizia que na vida “existe apenas uma tristeza: a de não ser santo”.

 

Que o exemplo de todos os Santos e Santas revigore a nossa caminhada de santidade.

 

Cristo Rei: Com essa celebração, a Igreja encerra o Ano Litúrgico. Essa festa celebra o Cristo que reina pela cruz, dando a sua vida para que todos tenham vida, e vida em abundância. Cristo é rei, porque se identifica e revela um amor de predileção pelos empobrecidos. Ele afirma que tudo o que fizermos pela libertação e promoção da dignidade humana dos empobrecidos e marginalizados, é a ele que faremos, cf Mt 25,31-46. Portanto, essa festa não pode ser compreendida no sentido de triunfalismo e pompa. A festa de Cristo Rei nos mostra o caminho do reino de Cristo: o serviço. Um rei que serve a humanidade, que se fez um de nós para que pudéssemos ter acesso a ele.

 

Que tenhamos aprendido esta sublime lição e estejamos prontos para servir. Que por meio da solidariedade, da misericórdia e do serviço que resgatam e promovem a vida em todas as suas fases e manifestações, possamos fazer Cristo reinar no mundo de hoje.

 

Na festa de Cristo Rei, a Igreja no Brasil comemora o Dia dos Cristãos Leigos e Leigas. São homens e mulheres que, pela graça do Batismo, são chamados a ser sal da terra e luz do mundo.

 

Os leigos também são chamados a participar da ação pastoral da Igreja, primeiro com o testemunho de vida, e em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e outras formas de apostolado, segundo as necessidades locais sob a guia de seus pastores (Doc. de Aparecida nº 211).

 

Segundo o Papa São João Paulo II, a evangelização do continente latino-americano não pode realizar-se hoje sem a colaboração dos fiéis leigos.

 

Bendizemos a Deus pela vida e pela missão dos cristãos leigos!

Coragem! Sigamos em frente, o Senhor está conosco!

 

Padre Tarcísio.

 

 

Neste mês quero refletir com vocês sobre a Campanha Missionária realizada todos os anos no mês de outubro, promovida pelas pontifícias obras missionárias.

 

O mês missionário tem sua origem no Dia Mundial das Missões (penúltimo domingo de outubro, este ano será dia 18). A data foi instituída pelo papa Pio XI em 1926, como dia de oração e ofertas em favor da evangelização dos povos. A inspiração vem do mandato de Jesus para anunciar a Boa Nova entre todas as nações.

 

O tema deste ano é “A vida é missão”, e o lema “Eis-me aqui, enviame” (Is 6,8). O Papa Francisco  acentua a dimensão existencial da missão. “Eu sou uma missão de Deus nesta terra, e para isso estou neste mundo”. A vida se torna uma missão. Ser discípulo missionário está além de cumprir tarefas ou fazer coisas. Está na ordem do ser e não se reduz a algumas horas do dia. Não é que a vida tenha uma missão, ela é uma missão. A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida ou ornamento que posso pôr de lado, ou um momento entre tantos outros. É algo que não posso arrancar do meu ser.

 

Em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, a ser celebrado dia 18 de outubro, o Papa Francisco fala das tribulações e desafios causados pela pandemia da Covid 19. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas ao mesmo tempo, importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados “vamos perecer” (cf Mc 4,38); assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar na estrada cada qual por conta própria, mas que só conseguiremos juntos. Neste contexto, a chamada à missão, o convite a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo aparece como oportunidade de partilha, serviço e intercessão. A missão que Deus confia a cada um faz passar do “eu” medroso e fechado ao “eu” resoluto e renovado pelo dom de si. É necessário vencer o individualismo e a indiferença, pela solidariedade e pela comunhão fraterna. São algumas das lições que devemos aprender com a pandemia.

 

Diante de tantas necessidades pastorais, de tantas situações de injustiças e de violências, diante da cultura do mundo urbano com suas consequências para a vida das pessoas e de nossas comunidades eclesiais, nos fecharmos em nossas instituições, salões e templos seria um contra-testemunho evangélico, e estaríamos negando a natureza da Igreja, que é missionária. A Igreja em saída, como nos fala o Papa Francisco, é sermos uma Igreja próxima, aberta, capaz de sair de si para ir ao encontro das pessoas por caminhos novos, como profecia para a sociedade. Este movimento de saída renova a nossa vida e revitaliza a Igreja. Saiamos sem medo para comunicar a todos o Evangelho da vida e da paz, para vencermos a violência e a cultura de morte que está tão enraizada em nossa sociedade.

 

O objetivo da campanha missionária é sensibilizar, despertar vocações missionárias, criar sempre maior consciência missionária nas comunidades eclesiais e em suas lideranças.

 

A missão com a qual devemos colaborar é de Deus. Os batizados receberam “a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus” e “de estabelecê-lo em todos os povos” (Documento Conciliar, Luz dos Povos 5 ). Não podemos fugir dessa responsabilidade. O Documento de Aparecida destaca a corresponsabilidade missionária de todos os batizados. Todos somos discípulos missionários de Jesus Cristo a serviço da vida, da fraternidade e da paz.

 

Todos os membros da comunidade paroquial são responsáveis pela evangelização de homens e mulheres em cada ambiente (Documento de Aparecida 171).

 

Vivamos intensamente o mês missionário, nos fortalecendo no espírito missionário e nos comprometendo com uma Igreja de saída, como nos pede nosso amado Papa Francisco. Saiamos, saiamos para anunciar e testemunhar que “Cristo é nossa paz. De dois povos, ele fez um só. Na sua carne derrubou o muro da separação: o ódio”, cf Ef 2,14.

 

Coragem! Vamos em frente! Eis que chegou a nossa hora missionária.

Deus os abençoe.

 

Padre Tarcísio

 

Lançado num período em que o Brasil se deparava com o agravamento da pandemia. Foi assinado em 07 de abril, do corrente ano, dia mundial da saúde. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) assinou o Pacto pela Vida e pelo Brasil, impulsionada por sua fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, fonte inesgotável da luz da verdade, luz indispensável para clarear caminhos e rumos novos que a sociedade brasileira precisa com urgência para construir um novo tempo. Este pacto foi assinado também por outras entidades representativas da sociedade civil.

 

 

É urgente a formação deste Pacto pela Vida e pelo Brasil. Que ele seja abraçado por toda a sociedade brasileira em sua diversidade, sua criatividade e sua potência vital. E que ele fortaleça a nossa democracia, mantendo-nos irredutivelmente unidos. Não deixaremos que nos roubem a esperança de um futuro melhor.

 

O Papa Francisco, na audiência geral de quarta-feira, dia 02/09, nos exortou a seguirmos em frente pelo caminho da solidariedade ou as coisas irão piorar. De uma crise sai-se melhor ou pior. Temos que escolher. A solidariedade é precisamente o caminho para sairmos melhores da crise. Por isso, o Pacto pela Vida e pelo Brasil conclama os cidadãos brasileiros, homens e mulheres de boa vontade, especialmente os governantes e representantes do povo, a se unirem no exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana, assentada no diálogo maduro, corresponsável, na busca de soluções conjuntas para o bem comum, particularmente dos mais pobres e vulneráveis. O momento que estamos enfrentando clama pela união de toda a sociedade brasileira. O desafio é imenso: a humanidade está sendo colocada à prova. Avida humana está em risco.

 

Todos juntos pela Vida e pelo Brasil.

 

Padre Tarcísio.

 

 

Bíblia, palavra do Deus da vida, para a vida do povo de Deus.

 

A Igreja Católica no Brasil dedica o mês de setembro à Bíblia, palavra do Deus da vida, para a vida do povo de Deus. Um mês para a Bíblia significa uma maior conscientização da importância da Palavra de Deus para nós. Como afirma o Apóstolo Paulo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra” (2 Tm 3,16-17).

 

Na palavra de Deus encontramos o alimento da fé e a força para o testemunho cristão no mundo, na família e na igreja. O mês da Bíblia é para aumentar nossa confiança na palavra de Deus e nosso compromisso de não sermos apenas ouvintes, mas crentes e praticantes; é sábio aquele que acredita e vive de acordo com a palavra, que deve estar na nossa mente, na nossa boca e no nosso coração. Ela não é um livro a mais em nossa estante, mas o livro dos livros. Deve ser valorizada e nela devemos buscar respostas para os dramas da nossa vida. Jesus venceu todas as tentações pela força da palavra de Deus. Nela encontramos luzes e indicações para dizermos “sim” ao projeto de Deus, e “não” ao projeto das forças do mal.

 

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil de 2003-2006 nos dizem: “A escuta e a acolhida da Palavra desde que traduzidas coerentemente em atos são fundamentos da vida e da missão da Igreja”. As Diretrizes dizem também que deve ser incentivada a prática da leitura pessoal e orante da Bíblia, especialmente a prática dos círculos bíblicos ou grupos de base, como nós chamamos em nossa paróquia. Nesses grupos, a palavra de Deus deve ser proclamada e refletida a partir da realidade de vida em que vivemos e com o decorrente compromisso cristão.

 

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2019-2023 apresentam a Palavra de Deus como um dos pilares da comunidade. “Não basta ler ou estudar a Sagrada Escritura, pois a inteligência das Escrituras exige ainda mais do que o estudo, a intimidade com Cristo e a oração”. As atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora destacam que é indispensável uma leitura orante comunitária, que evite o risco de uma abordagem individualista, tendo presente que a Palavra de Deus nos é dada precisamente para construir comunhão e vida eclesial. Neste tempo de pandemia, em que as famílias estão em isolamento social, elas são convidadas e motivadas a fazerem a leitura orante seguindo o Evangelho do dia, ou o Evangelho do domingo.

 

Que nossas comunidades, famílias, pastorais e grupos saibam valorizar cada vez mais a palavra de Deus e confiar em sua força. Nossas comunidades devem ser verdadeiras sementeiras e casas da palavra de Deus, que precisa cair em terra boa, ou seja, ela deve ser acolhida no coração de cada um de nós. Coração aqui quer dizer: a nossa vida, toda a nossa existência.

 

Para despertar as pessoas à vida cristã, no seguimento de Jesus, e à vida comunitária é urgente aproximá-las da Palavra de Deus, pela prática da leitura orante. São Paulo afirma que a fé vem pela pregação da Palavra de Deus, cf Rm 10,17.

 

Neste ano de 2020, durante o mês da Bíblia que acontece em setembro, iremos estudar o livro do Deuteronômio, que faz parte do Pentateuco, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). Este lema faz eco e está em consonância com o lema da Campanha da Fraternidade deste ano, que é: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33). Devido à pandemia, não teremos a Escola da Palavra presencial, como acontece todos os anos; ela acontecerá de forma virtual, através de lives, todas as quartas-feiras, às 20h00. Convido e incentivo a todos e a toda s a acompanharem pelo Facebook CNLB Diocese de Guarulhos.

 

Valorizemos cada vez mais a palavra de Deus; como nos sugere o Papa Francisco, acolhamos o tesouro sublime da Palavra revelada. Como também afirmava Santo Ambrósio, quando tomamos nas mãos, com fé, as Sagradas Escrituras e as lemos com a Igreja, a pessoa humana volta a passear com Deus no paraíso. Deus abençoe a todos e a todas.

 

Padre Tarcísio.

 

 

Queridos amigos e amigas da paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Vila Fátima, graça e Paz a vocês neste mês tão especial em que celebramos e nos conscientizamos acerca das vocações no seio da Igreja. Lhes escrevo, nesta edição de nosso jornal Boa Notícia, para partilhar um pouco do processo vocacional de um Padre diocesano e também de minha caminhada dentro deste processo.

 

Meu nome é Fernando Benetti e eu sou um filho desta paróquia. Estou no seminário diocesano de Guarulhos há sete anos já, curso hoje o quarto ano de teologia, etapa da configuração. Quando criança, junto de minha mãe e da saudosa Maria Valiatti, minha querida avó de coração que era agente da pastoral saúde na comunidade São Francisco, participávamos do grupo de base da rua em que morávamos, coordenado pela também saudosa e querida dona Sofia. Foi lá o primeiro contato eclesial que realmente me cativou; não foi numa Igreja de pedras, cheia de beleza e esplendor, mas numa comunidade viva de fiéis, testemunhas do ressuscitado.

 

Antes de ingressarmos no seminário, fazemos um acompanhamento vocacional que naturalmente dura em torno de dois anos. A Formação dos presbíteros é dividida em quatro etapas: Ano propedêutico, que corresponde ao ano de iniciação; etapa do discipulado, que corresponde ao período dos estudos filosóficos; etapa da configuração, correspondente ao período dos estudos teológicos; ano pastoral, que pode ser entendido como um período de residência do formando em uma paróquia, diariamente, para um contato mais efetivo com a estrutura paroquial. Todo este período dura em torno de oito anos e meio.

 

Durante todo este período vivemos um processo formativo multidimensional e bastante rígido. Somos acompanhados nas dimensões humano afetivo, pastoral – missionário, espiritual e comunitária. Por isso que, além da formação acadêmica recebemos, também, a formação interna que complementa os fins de todo o processo. Nossa rotina inicia-se todos os dias pelas 4h30, onde nos preparamos para a primeira oração da manhã, às 05h10, tomamos café e partimos para a faculdade. Retornamos às 13h30 para o almoço e para as atividades formativas da tarde. Fazemos juntos a oração da Tarde, às 18h e sequencialmente jantamos. Completamos nosso dia às 21h30 com a oração da noite. A partir deste momento que vamos revisar os estudos da faculdade, elaborar trabalhos, organizar nossas atividades pastorais e manter os laços externos pelas redes sociais.

 

Ser um vocacionado, acima de tudo, é ser uma pessoa aberta e atenta às necessidades da comunidade eclesial- a Igreja, e a comunidade social- o meio em que se vive. Que Deus não permita que faltem operários para a sua messe e que Maria, Mãe e Senhora das Vocações acompanhe a todos os vocacionados, nesta caminhada batismal, rumo à realidade definitiva, onde todos serão UM em Deus.

 

Fernando Benetti

 

 

“Fala, Senhor, que o teu servo escuta” (1 Sam 3,9)

 

Mês vocacional!

 

Assumido em âmbito nacional, em 1981, por dioceses e regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o mês vocacional, celebrado em agosto, tem o intuito de ser um tempo especial de reflexão e oração pelas vocações e ministérios. Este ano, em específico a inspiração principal do mês vocacional está em sintonia com a Exortação Pós-Sinodal do Papa Francisco, a Christus Vivit, apresentada aos jovens e que traz orientações pastorais para toda a Igreja. O tema do mês vocacional deste ano é: “Amados e Chamados por Deus”, e o lema é: “És precioso aos meus olhos. Eu te amo” (Is 43,1-5).

Vocação: chamado de Deus, para servir, na realização de seu projeto de vida, de amor, e de salvação. A vocação é um chamado especial, único para cada um de nós. Vocação sempre indica um chamado e quem chama espera uma resposta da pessoa a quem chama. E quem nos chama? Deus. Este nos chama por primeiro à vida. Neste sentido, podemos falar de vocação humana, ou seja, quando passamos a existir e viver como gente, participar da obra do criador, ser imagem e semelhança de Deus; ter inteligência e liberdade, ter espírito e ser capaz de amar. Em seguida, nos chama a sermos cristãos autênticos, o que nos remete à vocação cristã: ser irmão (ã) e discípulo de Jesus, morada do Espírito Santo, filho (a) de Deus, membro da Igreja servidora da humanidade e, assim tornar-se santo (a). Por fim, nos chama para uma vocação específica. Qualquer que seja a nossa vocação, leiga, religiosa, ou sacerdotal, devemos nos sentir chamados por Deus e motivados a ir ao encontro do outro, independente de quem quer que seja.

Toda pessoa é chamada a ir além de si mesma, pois todo ser humano traz na sua essência a vocação de viver, conviver, servir, crescer integralmente e alcançar sua perfeição de criatura humana, amada e querida por Deus. Ou seja, você é alguém chamado (a) a dar uma resposta. Existem algumas características necessárias para acolher o chamado de Deus: Ver como Deus vê, ter o olhar de Deus! Perceber a realidade, a vida, os sofrimentos, as dificuldades, os clamores. Deus nos chama a partir dos fatos e dos acontecimentos da vida. Escutar o que Deus tem a dizer, hoje, através de tantas injustiças, violências,  banalização da vida humana, da cultura do descarte, da exclusão social, e dos clamores de tantos sofredores na sociedade. É necessário sentir como Deus sente, e ser sensível ao chamado abrindo-se à solidariedade.

 

A resposta de cada pessoa depende muito de sua capacidade de sentir os apelos de Deus, presentes nos passos e acontecimentos da vida, especialmente nas dificuldades e situações conflitantes das comunidades. Ou seja, é necessário caminhar ao encontro da realidade; assumir uma missão que contribua para a realização do projeto de Deus do seu Reino. Isso tudo significa que Deus tem um projeto de amor para nós seus filhos e filhas, pois Ele nos quer felizes, e nos criou por amor e para o amor. Por isso, quis precisar de nós para dar continuidade ao seu projeto de amor. Para tanto, você pode ser chamado (a) para participar da obra de Deus, como membro da Igreja, seguindo caminhos diferentes: como leigo, e leiga no matrimônio, como missionário, ou exercendo ministérios na comunidade, testemunhando o Evangelho de Jesus Cristo no mundo, como ministro ordenado, como religioso, e, religiosa na vida consagrada. É importante ressaltar que o Batismo, é a fonte de todas as vocações. Portanto, todo povo de Deus batizado é vocacionado a servir, a partir da sua vocação.

 

É necessário falar das vocações em nossas famílias, na catequese, nos grupos de base, em fim em nossas comunidades eclesiais.

 

Rezemos pelas vocações, pedindo ao Senhor da messe que envie muitos operários para a sua messe.

 

Deus os abençoe.

 

Padre Tarcísio.