A Palavra do nosso Pároco – Dezembro/Janeiro 2021

 

Como a Celebração do Natal é a realização concreta do amor de Deus pela humanidade, neste mês quero refletir com vocês sobre este amor.

 

“Deus é amor” é a definição mais correta e mais profunda de Deus. O ser de Deus, a sua essência é o amor. São João Apóstolo diz: “quem não ama não conhece Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4,8). Só O experimenta quem ama de verdade e sinceramente. Seu amor é abundante, transborda, extrapola, não tem medida.

Deus ama a todos indistintamente, e não coloca condições para nos amar. Ele nos ama apesar de nossas fraquezas e infidelidades, e nos ama do jeito que somos. “Ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Fomos criados por Deus por amor e para o amor. Fomos criados para amar. “Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus” (1 Jo 4,7). Deus nos ama com infinito amor desde sempre, mas com frequência nós nos mostramos incapazes de responder com o mesmo amor. “Quando Israel era menino, eu o amei. Do Egito chamei o meu filho; e, no entanto, quanto mais eu chamava, mais eles se afastavam de mim” (Os 11,1-2). Deus é fiel e reafirma esse amor mesmo quando foi quebrada a harmonia do paraíso com o primeiro pecado; providenciou uma vestimenta para o homem, quando ele recusou o seu amor.

 

Recusando o amor de Deus ele se sente nu, e sua nudez significa que toma consciência do não, dado ao amor de Deus. “Javé Deus fez duas túnicas de pele para o homem e sua mulher, e os vestiu” (Gn 3,21).

 

Deus manifesta todo o seu amor através de Jesus Cristo, para salvar e dar a vida a todos. “Deus amou de tal forma o mundo que entregou o seu Filho único, para todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Jesus é a encarnação de seu amor, é o amor de Deus encarnado. Toda a sua vida, suas palavras, seus gestos e ações foram uma constante revelação desse amor.

 

O amor de Deus é um amor solidário e de compaixão. “Eu mesmo vou procurar as minhas ovelhas, procurarei aquela que se perder, trarei de volta aquela que se desgarrar, curarei a que se machucar, fortalecerei a que estiver fraca” (Ez 34, 11.16).

 

Ele nos conhece pelo nome, nós somos dele. “Agora, porém, assim diz Javé, aquele que criou vocês, Jacó, aquele que formou você, ó Israel: Não tenha medo, porque eu o redimi e o chamei pelo nome; você é meu” (Is 43,1).

 

Deus não se esquece de nós. “Mas pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você. Veja, eu tatuei você na palma de minha mão” (Is 49,15-16).

 

O amor de Deus é eterno. “Eu amei você com amor eterno; por isso, conservei o meu amor por você” (Jr 31,3).

 

“Se alguém possui os bens deste mundo e, vendo o seu irmão em necessidade, fecha-lhe o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele?” (1Jo 3,17). Só o serviço ao próximo, principalmente aos mais pobres e marginalizados, abre os nossos olhos para aquilo que Deus faz por nós e para o modo como Ele nos ama. Só a nossa disponibilidade para ir ao encontro do próximo mais necessitado e vítima de injustiças é que nos torna sensíveis também diante de Deus.

 

As pessoas vão acreditar no amor de Deus e vão se convencer dele mediante o nosso testemunho. Por isso, é através da solidariedade ativa com os mais pobres, com os excluídos da vida social e econômica, com os abandonados, com os desprotegidos, com aqueles que a sociedade descarta ou considera como supérfluo que revelaremos que Deus é amor. Diante de um mundo marcado pelo ódio, pelo preconceito e por discriminações, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor.

 

Diante de tanto egoísmo, individualismo e ganância, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor. Diante da idolatria do mercado, em que tudo é determinado pelo econômico e pelo lucro, em que há uma exaltação do ter em prejuízo do ser, e um consumismo, em que se gasta por gastar, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor. Diante de um indiferentismo religioso e humano, em que a vida humana é ridicularizada e banalizada, devemos proclamar e testemunhar profeticamente: Deus é amor.

 

Sejamos sinais do amor de Deus que redime, transforma e salva, todos os homens e mulheres, assim a nossa vida será um eterno Natal.

 

Que o amor de Deus nos anime na vida e na missão. E que ele abençoe a todos no seu amor de Pai.

 

Padre Tarcísio.

 

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