Neste mês de fevereiro quero refletir com vocês sobre a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz, que acontece todos os anos, no dia 01 de janeiro.
A Igreja quer nos lembrar desde o 1º dia do ano que a paz anunciada pelos anjos em Belém é possível e devemos nos esforçar dia a dia para construí-la.
“Vence a indiferença e conquista a paz”, esse foi o tema do Dia Mundial da Paz de 2016, escolhido pelo Papa Francisco. Já é a segunda vez que o Papa aborda a indiferença; a primeira vez foi em sua mensagem para a Quaresma de 2015.
A indiferença em relação às chagas do nosso tempo é uma das causas principais da falta de paz no mundo. A indiferença hoje é muitas vezes ligada a diversas formas de individualismo, que produzem isolamento, ignorância, egoísmo e falta de compromisso. A paz deve ser conquistada, pois ela é dom de Deus, precisa ser acolhida nos corações das pessoas e nas organizações presentes na sociedade e nas religiões.
Trata-se de sensibilizar e formar, no sentido da responsabilidade relativa a questões gravíssimas que afligem a família humana, como o fundamentalismo e seus massacres, as perseguições por causa da fé e da etnia, as violações da liberdade e dos direitos dos povos, a exploração e a escravização das pessoas, a corrupção e o crime organizado, as guerras e o drama dos refugiados e dos migrantes forçados.
A primeira forma de indiferença na sociedade humana é a indiferença com Deus, da qual deriva também a indiferença com o próximo, a natureza, o meio ambiente, enfim, com toda a criação.
O Papa Francisco nos convida a fomentar uma cultura de solidariedade e de misericórdia para vencer a indiferença. Somos chamados a cuidar da fragilidade do povo e do mundo em que vivemos.
A solidariedade, como virtude moral e comportamento social, fruto da conversão pessoal, requer empenho por parte duma multiplicidade de sujeitos que detêm responsabilidades de caráter educativo e formativo. O Papa cita a família como primeiro lugar, nessa missão educativa imprescindível, onde se vivem e transmitem valores de amor e de fraternidade, da convivência e da partilha, da atenção e do cuidado pelo outro. É também o espaço privilegiado para a transmissão da fé, a começar por aqueles primeiros gestos simples de devoção que as mães ensinam para os filhos.
O Papa fala também da importância dos educadores e educadoras, que têm a difícil tarefa de educar as crianças e os jovens na escola ou nos vários centros de agregação infantil e juvenil. Eles devem estar cientes de que a sua responsabilidade envolve as dimensões moral, espiritual e social da pessoa. O Papa recorda que os agentes culturais e dos meios de comunicação também têm responsabilidade no campo da educação e da formação, especialmente na sociedade atual, em que se vai difundindo cada vez mais o acesso a instrumentos de informação e comunicação. Eles devem se colocar a serviço da verdade, e não de interesses particulares ou de grupos.
O Papa nos incentiva a trabalhar pela paz, sob o signo do Jubileu da Misericórdia. No espírito do Jubileu, cada um é chamado a reconhecer como se manifesta a indiferença na sua vida e a adotar um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive, a começar pela própria família, a vizinhança, ou ambiente de trabalho.
Concluo essa reflexão, com o que eu quero considerar como uma proposta para o nosso trabalho de evangelização : “ Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos, em suma, onde houver cristãos, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia”.
Deus abençoe a todos e a todas, e a nossa caminhada eclesial de 2016. Mãos à obra! Coragem! Fé em Deus! Bíblia na mão e no coração, e pé na missão.
Padre Tarcísio