A Igreja é comunhão de comunidades, e tem a Santíssima Trindade como modelo perfeito de comunhão e de comunidade, pois ela é a melhor comunidade.
Jesus vivo ressuscitado é o centro da comunidade cristã. Ao redor dele, a comunidade se estrutura e se anima a vencer os desafios e continuar sua missão. A comunidade cristã continua na história a missão de Jesus Cristo. “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” Jo 20,21.
Jesus ressuscitado aparece aos discípulos reunidos em comunidade, como prova de sua ressurreição para que eles acreditassem e seguissem a missão, e para que nós acreditemos e sigamos firmes na missão de testemunhá-lo com palavras e ações.
A Comunidade é o lugar privilegiado para o encontro com o Senhor Ressuscitado, e quem não se encontra com a comunidade não participa de sua vida e missão, não se encontra com o Ressuscitado. Tomé, afastado da comunidade, quer provas, segurança: “Ver para crer” . Tomé voltando à comunidade encontra o Cristo ressuscitado e faz sua profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus” Jo 20,28.
Por causa dessa pandemia causada pelo coronavírus, não estamos nos reunindo em comunidade para celebrar a Eucaristia, verdadeiro encontro com o ressuscitado. É algo inusitado em nossa caminhada, e com certeza é uma situação provisória. Estamos, por isso, assistindo à missa através dos Meios de Comunicação Social: TVS, Rádios, Youtube, Facebook. A minha preocupação são as pessoas se acostumarem com esta situação, achando-a normal, e acabarem caindo num comodismo espiritual. O Papa Francisco também manifestou preocupação quanto a isso, e fez um alerta sobre o risco da fé “virtual”, de uma fé agnóstica, sem comunidade e contatos humanos reais, vividas unicamente através da internet, das mídias que viralizam os Sacramentos. As atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil destacam a importância da comunidade, e a define como comunidade eclesial missionária sustentada por quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. Enquanto casa, as comunidades que queremos são espaços do encontro, da proximidade, da ternura, da misericórdia, da solidariedade, do cuidado com a vida, com a casa comum, como meio ambiente, o lugar da família, e têm suas portas abertas. Nossas comunidades terão sempre como modelo a comunidade dos discípulos da primeira hora. “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” cf At 2,42. Esse é o retrato ideal da comunidade cristã de todos os tempos.
Após passar essa pandemia, voltemos com toda alegria do coração, a caminhar e a celebrar com a nossa comunidade de fé, pois não existe seguimento de Jesus sem a comunidade cristã.
Padre Tarcísio.