A Igreja a serviço da vida

O Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus. “Eu vim para todos tenham vida” Jo 10, 10. Portanto, defender a vida até o fim, até as últimas consequências fez parte da vida, e da missão de Jesus.

 

 

A Igreja, continuadora da missão de Jesus deve também se colocar do lado da vida em todas as suas fazes e manifestações, denunciando todo tipo de abuso, e de violação à dignidade humana das pessoas. Em sua ação evangelizadora ela deve promover insistentemente a cultura da vida, da paz, e da solidariedade, se contrapondo à cultura da morte, da violência, e do descarte da vida humana. Nos, comprometendo com a cultura da vida, testemunhamos verdadeiramente nossa fé naquele que veio para que todos tenham vida, e vida abundante, feliz, e de qualidade. A causa da vida, deve ser nosso estilo de vida cristã.

 

O discípulo de Jesus não pode se calar diante de tantas ameaças à vida, e diante tantas injustiças que impedem a vida de nascer, de crescer e de desenvolver. A vida humana é ameaçada, e prejudicada, diante da destruição da natureza e do meio ambiente, da violência, do desemprego cada vez mais crescente, de um modelo econômico perverso, que coloca o lucro acima das necessidades básicas das pessoas, pois o importante é sempre o ter mais. Os Bispos reunidos na 57ª Assembleia geral da CNBB, que aconteceu de 01 -10 do mês de maio enviaram uma mensagem ao povo de Deus, onde mostraram que a Igreja deve estar ao lado dos pobres, cada vez mais pobres em um país onde o aumento das desigualdades e a concentração de renda em níveis intoleráveis é uma realidade cada vez mais evidente. No Brasil, cada dia são mais visíveis os sinais de morte que ameaçamos filhos de Deus, especialmente os mais vulneráveis o que faz necessária uma atitude clara, como aparecem na mensagem, mostrando que ninguém pode servir a dois senhores, Deus e o capital, com quem o atual governo está claramente alinhado, apoiando um liberalismo exacerbado e perverso que desidrata o Estado quase ao ponto de eliminá-lo, ignorando as políticas sociais de vital importância para a maioria da população, favorece o aumento das desigualdades, e a concentração de renda em níveis intoleráveis. Na mensagem, nossos bispos dizem que “a corrupção classificada pelo Papa Francisco como um “câncer social” profundamente radicada em inúmeras estruturas do país, é uma das causas da pobreza e da exclusão social na medida em que desvia recursos que poderiam se destinar ao investimento na educação, na saúde e na assistência social, caminho de superação da atual crise”.

 

A injustiça social assume proporções de ofensa a Deus, e de negação da ordem democrática, e desafia a nós cristãos, pois nosso país é considerado um país cristão. E como explicar tantas situações de injustiças, e de desfiguração da pessoa humana, num país em que a maioria da população se declara cristã?

 

Atualmente, defender os pobres e seus direitos, a justiça social, a igualdade, é ser taxado de comunista, de esquerdista, quando na verdade, é seguir o Evangelho de Jesus.

 

Nossos bispos dizem que “precisamos ser uma nação de irmãos e irmãs, eliminando qualquer tipo de discriminação, preconceito e ódio. Somos responsáveis uns pelos outros. O Brasil que queremos emergirá do comprometimento de todos os brasileiros com os valores que têm o Evangelho como fonte da vida, da justiça, e do amor”.

 

Como refletimos na Campanha da Fraternidade desse ano sobre políticas públicas, é de grande importância a participação dos cristãos na luta por políticas públicas de combate a miséria, e a exclusão, a participação nos vários conselhos de direitos presentes na sociedade, a participação política consciente, a atuação articulada e organizada das pastorais sociais de nossas co – munidades, em fim o engajamento em movimentos sociais e populares em favor de uma vida digna para todos. Com essa participação, e com esse engajamento podemos resgatar a dignidade da vida, dom de Deus, e devolver alegria e esperança aos pobres e marginalizados.

 

Assumamos com coragem, e profecia, a causa da vida.

 

Que Deus, Senhor da vida, abençoe a todos e a todas.

 

Padre Tarcísio.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress