MISSÃO DA PASTORAL SOCIAL
O conjunto articulado das diversas pastorais sociais manifesta a pastoral social.
O Papa Bento XVI afirma: “Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência”.
A pastoral social é expressão desta caridade e da solicitude da Igreja com as situações nas quais a vida está ameaçada. Expressão que se renova, a cada dia, a lição do documento conciliar Gaudium Et Spes (Alegria e Esperança): “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles e aquelas que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos discípulos e discípulas de Cristo” .
Os diferentes serviços das pastorais sociais colocam-se na dinâmica do seguimento de Jesus, para que nele os marginalizados, os excluídos, pobres, sem terra, sem trabalho, sem casa, os que são descartados, e não são contados neste modelo econômico que privilegia o ter e o lucro, tenham vida, e a tenham num ambiente preservado.
Ao fazer a opção pelos empobrecidos e pela vida, a pastoral social toma o caminho que, através de Jesus Cristo, vai na direção do Deus amor, componente fundamental do seguimento de Jesus e sinal visível que anuncia a presença do Reino e manifesta suas realidades. É uma opção essencial porque é obediência ao mandato do Senhor. A pastoral social deve pautar seu testemunho através da sensibilidade, da solidariedade, do profetismo e da espiritualidade e mística libertadoras.
A pastoral social, à semelhança do Bom Pastor, é chamada a ser pastora junto à humanidade de hoje, que caminha cansada e abatida como um rebanho sem pastor. Cabe-lhe realizar ali ações concretas, enfrentando as situações em que a vida encontra-se ameaçada pela falta de políticas públicas e de melhores condições de vida.
A pastoral social é a pastoral da compaixão. A compaixão nos mobiliza, nos faz agir em busca de soluções para o sofrimento do outro. Quem não ama sente pena. Ele vê o sofrimento do outro e passa adiante e não move um dedo para ajudá-lo. O nosso próximo não precisa de nossa pena, mas de nossa compaixão. A missão da pastoral social é ter para com os necessitados, os empobrecidos, e para com as vítimas de todo tipo de violência o gesto que teve o samaritano.
O Documento de Aparecida pede uma renovada pastoral social, estruturada, orgânica, para a promoção humana integral que, com a assistência e promoção humana se faça presente nas novas realidade de exclusão e marginalização em que vivem os grupos mais vulneráveis, onde a vida está mais ameaçada.
Que a pastoral social seja opção e prioridade pastoral em nossas comunidades.
O que fizermos pela promoção e pela libertação dos mais pobres e marginalizados é ao próprio Jesus que estamos fazendo, cf. Mt 25,40.
Deus abençoe a todos e a todas.
Padre Tarcísio.