As atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil apresentam nossas comunidades, com a imagem da casa, construção de Deus, e as definem como comunidades eclesiais missionárias. A casa como lugar de encontro, de proximidade, de comunhão, de ternura, de acolhimento humano e fraterno, de solidariedade, de fraternidade, de misericórdia e de família. Suas portas estão abertas para entrar e sair. São portas que acolhem fraternalmente os que chegam, fazendo com que eles se sintam bem em seu meio, e são portas abertas para sair em missão, anunciando Jesus Cristo, e o projeto do seu Reino, indo ao encontro do outro, especialmente dos pobres e sofredores, sendo expressão de uma Igreja samaritana.

A pandemia causada pelo coronavírus nos lança num grande desafio, por não podermos nos reunir em comunidade. Corre-se o risco de muitos membros de nossas comunidades se acomodarem diante das celebrações e atividades virtuais que estamos realizando, achando que está bom assim. Precisamos ter consciência que essa realidade virtual é provisória, e extraordinária. O normal é nos reunirmos, e vivermos em comunidades eclesiais missionárias, como lugar privilegiado do encontro com Cristo ressuscitado, e de comunhão com os irmãos, e irmãs, e não há seguimento de Jesus sem comunidade.

 

É claro que em tempos de pandemia, e pós pandemia, somos chamados a repensar a presença de nossas comunidades na vida das pessoas, e na sociedade. E sem dúvidas essa pandemia nos deixa uma lição em relação à importância do uso correto das redes sociais, para a transmissão de celebrações, reuniões, proclamação da Palavra de Deus, e divulgação das ações solidárias da Igreja. Portanto, é através delas que podemos chegar quase que diariamente às casas do povo caminheiro em nossas comunidades, levando uma palavra de esperança e de ânimo. É necessário, na realidade atual em que vivemos, o uso das redes sociais para encurtar distâncias, construir pontes, disseminar os valores do Reino, sem contudo esquecer o contato pessoal, a proximidade, e a cultura do encontro. O advento da internet e das redes sociais revolucionaram a forma de presença das instituições e das pessoas conectadas ao vasto mundo digital. Esse novo ‘areópago’ representa um grande desafio e ao mesmo tempo uma enorme possibilidade de evangelizar.

É bom ouvir algumas pessoas dizerem: eu assisto a missa na TV, ou no Facebook, ou no Youtube, mas não é a mesma coisa que presencial, sentimos falta do calor humano, do abraço, do contato humano. Que bom ouvir isso. Espero que quem pouco ou, nada valoriza a vida de comunidade tenha se convertido a partir dessa pandemia, para uma verdadeira vida de comunidade.

 

O Documento Comunidade de comunidades: uma nova paróquia levanta uma questão pertinente a ser enfrentada, “é a das comunidades que funcionam mais como instituição do que como comunidade de discípulos de Jesus Cristo”. Na fé cristã, não há lugar para comunidades fechadas, em forma de sociedade ou clube, elas não são Ongs, como disse o Papa Francisco. Nossas comunidades não podem viver só de eventos, louvores, e esquecerem a dimensão missionária, e o compromisso social com os pobres, e com os mais necessitados.

 

Para haver comunidade eclesial missionária é preciso que haja fé, esperança e caridade.

 

Falaremos mais sobre comunidades eclesiais missionárias no próximo número de nosso jornal.

 

Força, coragem, e sigamos em frente na vida de comunidade, na certeza que Cristo caminha conosco.

 

Padre Tarcísio.

 

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