Neste mês de outubro, a Igreja realiza mais uma Campanha Missionária, e quero aproveitar a oportunidade para falar de missão e de voluntários para a missão. Missão é compromisso de todo cristão batizado. Como diz um canto de nossa Igreja: “Pelo batismo recebi uma missão: vou trabalhar pelo Reino do Senhor. Vou anunciar o Evangelho para os povos”. Precisamos passar de uma Igreja de batizados para uma Igreja de evangelizadores e de evangelizados. Precisamos cumprir o mandato missionário de Jesus, que é de anunciar o Evangelho a todos, cf. Mc 16,15. A missão não é uma atividade circunstancial da Igreja. Ela pertence ao ser da Igreja. Ela existe em vista da missão. Evangelizar constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. O núcleo da missão é o anuncio explicito da pessoa de Jesus Cristo e de sua Palavra.
Mas para que a missão aconteça, precisamos também de servidores e servidoras que se coloquem como voluntários em nossas pastorais. Estamos muito carentes de agentes de pastoral em nossas comunidades, e isso impede o crescimento e o avanço do trabalho de evangelização que temos de realizar.
Dois mil anos atrás, passando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu pescadores que puxavam suas redes. Sem entrar em pormenores, e muito menos sem lhes dar nenhuma garantia, convidou-os: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17). Teriam aqueles pescadores entendido as dimensões do que lhes era proposto? Certamente, não! E, no entanto, aceitaram o desafio, deixaram tudo “e puseram-se a seguir Jesus” (Mc 1,20). Tivessem se fechado em seu egoísmo e mediocridade, não passariam hoje de ilustres desconhecidos, e sabe-se lá o que seria de sua situação eterna. Tendo-se tornado apóstolos de Jesus Cristo, sua vida teve dimensões que só na eternidade conheceremos.
Eu acredito que dentre as causas para a falta de agentes voluntários nas pastorais das comunidades, estão a falta de disponibilidade das pessoas para servir, falta de senso de pertença à Igreja, e falta de conhecimento, de acolhimento e de vivência da Palavra de Deus.
E Jesus afirma: “Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perde a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la” (Mc 8,35). Aqui está o sentido da vida, e o que significa ser feliz. Viver a vida como dom partilhado aos outros. Quem é capaz de dar a vida a Deus e aos irmãos ganha a vida eterna.
O cristão se torna voluntário porque ele compreende que pelo Batismo ele participa da missão de Cristo que se fez servo de todos. “Precisa-se de voluntários!” “A messe é grande e os operários são poucos” (Mt 9,37).
Procure qualquer agente de pastoral da comunidade e se informe sobre qual a pastoral que está necessitando de voluntário, de servidor. Reflita sobre sua aptidão, com que trabalho você se identifica mais, e se coloque a serviço. Seja voluntário. Todas as nossas comunidades precisam.
São João Paulo II, no documento A Missão do Redentor diz: “Todos os fiéis leigos devem oferecer à Igreja uma parte de seu tempo, vivendo com coerência a própria fé!”
E, então, você aceita o desafio de ser voluntário, de ser colaborador na missão de anunciar e testemunhar a Boa Nova de Jesus Cristo e de seu Reino?
Viva a alegria de ser Discípulo Missionário de Jesus Cristo.
Mãos à obra. Fé em Deus. Bíblia na mão e no coração, e pé na missão.
Deus abençoe a todos.
Padre Tarcísio.