Evangelização e promoção humana

 

A relação entre evangelização e promoção humana é profunda como a fé e a caridade.

O Documento de Aparecida diz que todo processo evangelizador envolve a promoção humana e a autentica libertação “sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade”.

O documento da IV Conferência dos Bispos da América Latina (Santo Domingo) considera a promoção humana como dimensão privilegiada da nova evangelização.

E as atuais diretrizes da ação evangelizadora da Igreja no Brasil apresenta como urgência na evangelização o serviço da vida plena para todas as pessoas. O Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus.

O documento de Aparecida nos fala de uma pastoral social para a promoção humana integral. Temos a missão de promover renovados esforços para fortalecer nossas pastorais sociais para que elas possam, com a assistência e a promoção humana, se fazer presentes onde a situação de exclusão e marginalização ameaça e prejudica a vida dos mais pobres e mais injustiçados.

Nossa assembleia diocesana, que aconteceu em novembro do ano passado, indicou uma maior articulação e integração das pastorais sociais para que elas possam assumir melhor o trabalho de promoção humana e o compromisso com a transformação da sociedade. Indicou também o estudo da Doutrina Social da Igreja. No ano passado foi editado um subsídio de encontros sobre a Doutrina Social da Igreja, e neste ano sobre a encíclica do Papa Francisco Louvado seja, sobre a ecologia e o meio ambiente. Os encontros desses subsídios irão também contribuir com a articulação das pastorais sociais.

É importante a participação dos agentes das pastorais sociais nas reuniões mensais das Unidades Básicas de Saúde, nos conselhos de direitos que estão presentes na cidade, e nas sessões da Câmara Municipal. Não pode faltar também o compromisso das pastorais sociais com a defesa do meio ambiente, com a nossa casa comum, como foi sugerido pela Campanha da Fraternidade deste ano, com o t e m a :  Casa Comum Nossa Responsabilidade.

Portanto, as pastorais sociais não podem fazer apenas um trabalho assistencialista, de distribuição de cestas básicas, de dar comida, não pode fazer paternalismo, criando dependência nas pessoas. Elas devem lutar para mudar as estruturas injustas presentes na sociedade que geram situações de miséria, fome e as mais variadas formas de injustiças.

No mês de abril, as pastorais sociais diocesanas realizaram uma audiência pública sobre a saúde no município. Lamento muito que a participação do povo, dos agentes das pastorais sociais foi muito fraca. Sem participação e mobilização popular, não haverá transformação social.

O Documento de Santo Domingo aponta que a separação entre fé e vida colabora para que muitas estruturas injustas se instalem e se firmem na sociedade. Aliás, é um dos males da nossa época essa separação. Há uma tendência muito grande em pessoas da nossa Igreja (membros de nossas comunidades), de se preocuparem apenas com a vida interna da Igreja e com a parte espiritual, e muitas vezes com uma alta dose de intimismo. A falta de coerência entre a fé que se professa e a vida cotidiana é uma das várias causas que geram pobreza em nosso continente Latino Americano, porque os cristãos não souberam encontrar na fé a força necessária para penetrar os critérios e as decisões dos setores responsáveis pela organização da vida social, econômica e política de nossos povos.

A promoção humana, como indica a doutrina social da Igreja, deve levar o homem e a mulher a passar de condições desumanas para condições humanas de vida.

O seguimento de Cristo significa comprometer-se a viver segundo o seu estilo. Portanto não nos esqueçamos, e nem abandonemos o compromisso social de nossa fé e de nossa missão evangelizadora.

 

Esperança sempre! Mãos à obra!

Fé em Deus, Bíblia na mão e no coração, e pé na missão.

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Padre Tarcísio.

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