Neste mês de novembro quero refletir com vocês sobre as Celebrações de Finados, Todos os Santos e Santas, e Cristo Rei do Universo.
Finados: Nesse dia, não só recordamos nossos entes queridos que se foram, mas renovamos nossa certeza na ressurreição. Sentimos a dor da separação, mas não a do desespero. Sentimos o peso da saudade, mas nunca da incerteza da presença de Deus.
A morte é e sempre será um mistério que perpassa a história humana, e somente a Fé nos dá a certeza de um dia participarmos da alegria eterna no céu. Se com Cristo vivemos, com Ele morremos e como Ele ressuscitaremos. Com a ressurreição de Jesus, a morte foi derrotada, portanto ela não tem a última palavra. A última palavra é do Deus da vida que ressuscitou Jesus. Como afirma o prefácio da Páscoa, 1: “Jesus morrendo destruiu a morte, e ressurgindo deu-nos a vida”. O prefácio 1 da missa para os mortos tem um tom de humana suavidade e divina certeza: “Nele refulge para nós a esperança da feliz ressurreição. E aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Ó Pai, para os que crêem em Vós, a vida não é tirada, mas transformada, e desfeito nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível”.
Vivamos aqui na terra preparando nossa morada no céu, pela vivência das bem-aventuranças, e vivendo a vida na doação por amor.
Todos os Santos e Santas: Celebrar a festa de Todos os Santos e Santas é celebrar a nossa vocação à santidade. Santidade não é privilégio de ninguém. Todos os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. É bom ressaltar que santidade não é fuga das realidades do mundo, e não é ficar de mãos postas rezando o dia todo. Santidade não é beatice, não é medo de viver, é uma atitude dinâmica, uma busca de pertencer mais a Deus. Não exige boa aparência. Santidade é viver o projeto de Deus, testemunhar os valores do Reino, viver segundo o espírito das bem-aventuranças, é viver e agir de acordo com a vontade de Deus. Ser Santo significa ser de Deus.
Que o exemplo de todos os Santos e Santas revigore nossa caminhada de santidade.
Cristo Rei: Com essa celebração, a Igreja encerra o Ano Litúrgico. Essa festa celebra o Cristo que reina pela cruz, dando sua vida para que todos tenham vida, e vida em abundância. Cristo é rei, porque se identifica e revela um amor de predileção pelos empobrecidos. Ele afirma que tudo o que fizermos pela libertação e pela promoção da dignidade humana dos empobrecidos e marginalizados, é a ele que estaremos fazendo, cf. Mt 25,31-46. Portanto, essa festa não pode ser compreendida no sentido de triunfalismo e pompa. A festa de Cristo Rei nos mostra o caminho do reino de Cristo: o serviço. Um rei que serve a humanidade, que se fez um de nós para que pudéssemos ter acesso a ele.
Que tenhamos aprendido essa sublime lição e estejamos prontos para servir. Que através da solidariedade, da misericórdia, do serviço que resgata e promove a vida em todas as suas fases e manifestações possamos fazer Cristo reinar no mundo de hoje.
Continuemos firmes evangelizando com amor, ardor, alegria e misericórdia, inspirados por Maria.
Padre Tarcísio.