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Comunidade Nossa Senhora de Fátima - Av. Otávio Braga de Mesquita, 871 - Vila Fátima
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Domingo às 9:15h - 2° quinta-feira do mês às 19h30 na Igreja da comunidade - 4º quinta-feira do mês às 19h30 nos setores da comunidade



Papa Francisco

    Jubileu de 60 anos da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da Vila Fátima

    60 ANOS DE PRESENÇA NA VIDA DO POVO DE DEUS

    “O SENHOR FEZ EM NÓS MARAVILHAS” (Lc 1, 49)

     

    Com a graça de Deus, no dia 15/08, iniciaremos o jubileu de ação de graças pelos 60 anos da nossa amada Paróquia Nossa Senhora de Fátima, hoje composta por quatro Comunidades. Esse jubileu será concluído no dia 18/08 de 2024. Com o Salmista, nós queremos cantar: “Ó Senhor eu cantarei eternamente o vosso amor” (Sl 89,2). O amor de Deus, nunca faltou  nessa caminhada bonita feita em mutirão, das comunidades, das pastorais, dos grupos de base, dos movimentos, das lideranças leigas, dos presbíteros, e das religiosas.

    Iremos fazer ao longo do Ano Jubilar, a memória histórica da presença de 60 anos da Paróquia, na vida do povo de Deus. O jubileu é um tempo de gratidão, de ação de graças, de perdão, e de compromisso.

    No jubileu Deus revela-se a nós a todo instante e a partir disto, vivemos uma relação filial com Ele em nome de Cristo Jesus. O soar da trombeta é o chamado de Deus para que possamos sair de nós mesmos indo ao encontro do nosso próximo, do nosso semelhante, pois no jubileu o Senhor faz novas todas as coisas para o bem daqueles que cooperam para o seu Reino de justiça, de amor, de fraternidade, e de paz.

    O jubileu é o tempo oportuno, maduro e de (re) organização daquilo que o próprio Deus vem nos libertando, curando e perdoando. É uma intervenção divina em nossas vidas, que impulsiona a estar sempre caminhando rumo as possibilidades e aberturas que o próprio Deus nos oferece, nos convida e nos chama.

    Por detrás do jubileu e de toda legislação que encontramos em Levítico 25, observe que o Ano Jubilar, ou jubileu é um tempo de novas relações com a terra, a nossa casa comum, com as pessoas e com Deus.

    Vivamos intensamente o jubileu de 60 anos de presença da Paróquia,  na vida do povo de Deus, o vivamos como o tempo da graça de Deus em nossas vidas, e na vida das comunidades, das pastorais  e dos movimentos.

    E cantemos com alegria as maravilhas que o Senhor fez em nós.

    Padre Tarcísio.

      Para o V Dia Mundial dos Pobres que será celebrada no próximo dia 14 de novembro o Papa Francisco apresentou a sua mensagem que inicia com as palavras: “Sempre tereis pobres entre vós” do Evangelho de São Marcos

      «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7)

      1. «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7): estas palavras foram pronunciadas por Jesus, alguns dias antes da Páscoa, por ocasião duma refeição em Betânia na casa de Simão chamado «o leproso». Como narra o evangelista, entrou lá uma mulher com um vaso de alabastro cheio de perfume muito precioso e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. Este gesto suscitou grande estupefação e deu origem a duas interpretações diversas.

      A primeira delas é a indignação de alguns dos presentes, incluindo os discípulos, que, ao considerar o valor do perfume (cerca de 300 denários, equivalente ao salário anual dum trabalhador), pensam que teria sido melhor vendê-lo e dar o produto aos pobres. Segundo o Evangelho de João, é Judas que se faz intérprete desta posição: «Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?». E o evangelista observa: «Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava» (Jo 12, 5-6). Não é por acaso que esta crítica dura sai da boca do traidor: é a prova de que, quantos não reconhecem os pobres, atraiçoam o ensinamento de Jesus e não podem ser seus discípulos. Recordemos, a este propósito, as palavras fortes de Orígenes: «Judas, aparentemente, estava preocupado com os pobres. (…) Se, agora, ainda houver alguém que tem a bolsa da Igreja e fala a favor dos pobres como Judas, mas depois tira o que metem lá dentro, então tenha parte juntamente com Judas» (Comentário ao Evangelho de Mateus 11, 9).

      A segunda interpretação é dada pelo próprio Jesus e permite individuar o sentido profundo do gesto realizado pela mulher. Diz Ele: «Deixai-a. Porque estais a atormentá-la? Praticou em Mim uma boa ação» (Mc 14, 6). Jesus sabe que está próxima a sua morte e vê, naquele gesto, a antecipação da unção do seu corpo sem vida antes de ser colocado no sepulcro. Esta visão ultrapassa todas as expetativas dos convivas. Jesus recorda-lhes que Ele é o primeiro pobre, o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho de Deus aceita o gesto daquela mulher. Esta, com a sua sensibilidade feminina, demonstra ser a única que compreendeu o estado de espírito do Senhor. Esta mulher anónima – talvez por isso destinada a representar todo o universo feminino que, no decurso dos séculos, não terá voz e sofrerá violências –, inaugura a significativa presença de mulheres que participam no momento culminante da vida de Cristo: a sua crucifixão, morte e sepultura e a sua aparição como Ressuscitado. As mulheres, tantas vezes discriminadas e mantidas ao largo dos postos de responsabilidade, nas páginas do Evangelho são, pelo contrário, protagonistas na história da revelação. E é eloquente a frase conclusiva de Jesus, que associa esta mulher à grande missão evangelizadora: «Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho, há de contar-se também, em sua memória, o que ela fez» (Mc 14, 9).

      2. Esta forte «empatia» entre Jesus e a mulher e o modo como Ele interpreta a sua unção, em contraste com a visão escandalizada de Judas e doutros, inauguram um fecundo caminho de reflexão sobre o laço indivisível que existe entre Jesus, os pobres e o anúncio do Evangelho.

      Com efeito, o rosto de Deus que Ele revela é o de um Pai para os pobres e próximo dos pobres. Toda a obra de Jesus afirma que a pobreza não é fruto duma fatalidade, mas sinal concreto da sua presença no nosso meio. Não O encontramos quando e onde queremos, mas reconhecemo-Lo na vida dos pobres, na sua tribulação e indigência, nas condições por vezes desumanas em que são obrigados a viver. Não me canso de repetir que os pobres são verdadeiros evangelizadores, porque foram os primeiros a ser evangelizados e chamados a partilhar a bem-aventurança do Senhor e o seu Reino (cf. Mt 5, 3).

      Os pobres de qualquer condição e latitude evangelizam-nos, porque permitem descobrir de modo sempre novo os traços mais genuínos do rosto do Pai. Eles «têm muito para nos ensinar. Além de participar do sensus fidei, nas suas próprias dores conhecem Cristo sofredor. É necessário que todos nos deixemos evangelizar por eles. A nova evangelização é um convite a reconhecer a força salvífica das suas vidas, e a colocá-los no centro do caminho da Igreja. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles. O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações ou em programas de promoção e assistência; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro, considerando-o como um só consigo mesmo. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pela sua pessoa e, a partir dela, desejo de procurar efetivamente o seu bem» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 198-199).

      3. Jesus não só está do lado dos pobres, mas também partilha com eles a mesma sorte. Isto constitui também um forte ensinamento para os seus discípulos de todos os tempos. As suas palavras – «sempre tereis pobres entre vós» – pretendem indicar também isto: a sua presença no meio de nós é constante, mas não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa partilha de vida que não prevê delegações. Os pobres não são pessoas «externas» à comunidade, mas irmãos e irmãs cujo sofrimento se partilha, para abrandar o seu mal e a marginalização, a fim de lhes ser devolvida a dignidade perdida e garantida a necessária inclusão social. Aliás sabe-se que um gesto de beneficência pressupõe um benfeitor e um beneficiado, enquanto a partilha gera fraternidade. A esmola é ocasional, ao passo que a partilha é duradoura. A primeira corre o risco de gratificar quem a dá e humilhar quem a recebe, enquanto a segunda reforça a solidariedade e cria as premissas necessárias para se alcançar a justiça. Enfim os crentes, quando querem ver Jesus em pessoa e tocá-Lo com a mão, sabem aonde dirigir-se: os pobres são sacramento de Cristo, representam a sua pessoa e apontam para Ele.

      Temos muitos exemplos de Santos e Santas que fizeram da partilha com os pobres o seu projeto de vida. Penso, entre outros, no Padre Damião de Veuster, Santo apóstolo dos leprosos. Com grande generosidade, respondeu à vocação de ir para a ilha de Molokai – tinha-se tornado um gueto acessível apenas aos leprosos –, a fim de viver e morrer com eles. Lançando-se ao trabalho, tudo fez para tornar digna de ser vivida a existência daqueles pobres doentes e marginalizados, reduzidos à degradação extrema. Fez-se médico e enfermeiro, sem se preocupar com os riscos que corria, levando a luz do amor àquela «colónia de morte», como era designada a ilha. A lepra atingiu-o também a ele, sinal duma partilha total com os irmãos e irmãs pelos quais dera a vida. O seu testemunho é muito atual nestes nossos dias, marcados pela pandemia de coronavírus: com certeza a graça de Deus está em ação no coração de muitas pessoas que, sem dar nas vistas, se gastam concretamente partilhando a sorte dos mais pobres.

      4. Por isso precisamos de aderir com plena convicção ao convite do Senhor: «Convertei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1, 15). Esta conversão consiste, primeiro, em abrir o nosso coração para reconhecer as múltiplas expressões de pobreza e, depois, em manifestar o Reino de Deus através dum estilo de vida coerente com a fé que professamos. Com frequência, os pobres são considerados como pessoas aparte, como uma categoria que requer um serviço caritativo especial. Seguir Jesus comporta uma mudança de mentalidade a esse propósito, ou seja, acolher o desafio da partilha e da comparticipação. Tornar-se seu discípulo implica a opção de não acumular tesouros na terra, que dão a ilusão duma segurança em realidade frágil e efémera; ao contrário, requer disponibilidade para se libertar de todos os vínculos que impedem de alcançar a verdadeira felicidade e bem-aventurança, para reconhecer aquilo que é duradouro e que nada e ninguém pode destruir (cf. Mt 6, 19-20).

      Mas o ensinamento de Jesus aparece em contracorrente também neste caso, porque promete aquilo que só os olhos da fé podem ver e experimentar com certeza absoluta: «Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna» (Mt 19, 29). Se não se optar por tornar-se pobre de riquezas efémeras, poder mundano e vanglória, nunca se sará capaz de dar a vida por amor; viver-se-á uma existência fragmentária, cheia de bons propósitos mas ineficaz para transformar o mundo. Trata-se, portanto, de abrir-se decididamente à graça de Cristo, que pode tornar-nos testemunhas da sua caridade sem limites e restituir credibilidade à nossa presença no mundo.

      5. O Evangelho de Cristo impele a ter uma atenção muito particular para com os pobres e requer que se reconheça as múltiplas, demasiadas, formas de desordem moral e social que sempre geram novas formas de pobreza. Parece ganhar terreno a conceção segundo a qual os pobres não só são responsáveis pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para um sistema económico que coloca no centro o interesse dalgumas categorias privilegiadas. Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias. Deste modo assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da miséria e da exclusão, produzidas por agentes económicos e financeiros sem escrúpulos, desprovidos de sentido humanitário e responsabilidade social.

      Além disso, no ano passado, veio juntar-se outra praga que multiplicou ainda mais o número dos pobres: a pandemia. Esta continua a bater à porta de milhões de pessoas e, mesmo quando não traz consigo o sofrimento e a morte, todavia é portadora de pobreza. Os pobres têm aumentado desmesuradamente e o mesmo, infelizmente, continuará a verificar-se ainda nos próximos meses. Alguns países estão a sofrer gravíssimas consequências devido à pandemia, a ponto de as pessoas mais vulneráveis se encontrarem privadas de bens de primeira necessidade. As longas filas diante das cantinas para os pobres são o sinal palpável deste agravamento. Um olhar atento requer que se encontrem as soluções mais idóneas para combater o vírus a nível mundial, sem olhar a interesses de parte. De modo particular, é urgente dar respostas concretas a quantos padecem o desemprego, que atinge de maneira dramática tantos pais de família, mulheres e jovens. A solidariedade social e a generosidade de que muitos, graças a Deus, são capazes, juntamente com projetos clarividentes de promoção humana, estão a dar e darão um contributo muito importante nesta conjuntura.

      6. Entretanto permanece de pé uma questão, nada óbvia: Como se pode dar uma resposta palpável aos milhões de pobres que tantas vezes, como resposta, só encontram a indiferença, quando não a aversão? Qual caminho de justiça é necessário percorrer para que as desigualdades sociais possam ser superadas e seja restituída a dignidade humana tão frequentemente espezinhada? Um estilo de vida individualista é cúmplice na geração da pobreza e, muitas vezes, descarrega sobre os pobres toda a responsabilidade da sua condição. Mas a pobreza não é fruto do destino; é consequência do egoísmo. Portanto é decisivo dar vida a processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, para que a complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um recurso comum de participação. Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser curadas pela riqueza dos «pobres», bastando para isso encontrarem-se e conhecerem-se. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si na reciprocidade. Os pobres não podem ser aqueles que apenas recebem; devem ser colocados em condição de poder dar, porque sabem bem como corresponder. Quantos exemplos de partilha diante dos nossos olhos! Os pobres ensinam-nos frequentemente a solidariedade e a partilha. É verdade que são pessoas a quem falta algo e por vezes até muito, se não mesmo o necessário; mas não falta tudo, porque conservam a dignidade de filhos de Deus que nada e ninguém lhes pode tirar.

      7. Impõe-se, pois, uma abordagem diferente da pobreza. É um desafio que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política social. Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não passamos de incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se pelas estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário. Ao contrário, a pobreza deveria incitar a uma projetação criativa, que permita fazer aumentar a liberdade efetiva de conseguir realizar a existência com as capacidades próprias de cada pessoa. Pensar que a posse de dinheiro consinta e aumente a liberdade é uma ilusão de que devemos afastar-nos. Servir eficazmente os pobres incita à ação e permite encontrar as formas mais adequadas para levantar e promover esta parte da humanidade, demasiadas vezes anónima e sem voz, mas que em si mesma traz impresso o rosto do Salvador que pede ajuda.

      8. «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7): é um convite a não perder jamais de vista a oportunidade que se nos oferece para fazer o bem. Como pano de fundo, pode-se vislumbrar o antigo mandamento bíblico: «Se houver junto de ti um indigente entre os teus irmãos (…), não endurecerás o teu coração e não fecharás a tua mão ao irmão necessitado. Abre-lhe a tua mão, empresta-lhe sob penhor, de acordo com a sua necessidade, aquilo que lhe faltar. (…) Deves dar-lhe, sem que o teu coração fique pesaroso; porque, em recompensa disso, o Senhor, teu Deus, te abençoará em todas as empresas das tuas mãos. Sem dúvida, nunca faltarão pobres na terra» (Dt 15, 7-8.10-11). E no mesmo cumprimento de onda se coloca o apóstolo Paulo, quando exorta os cristãos das suas comunidades a socorrer os pobres da primeira comunidade de Jerusalém e a fazê-lo «sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria» (2 Cor 9, 7). Não se trata de serenar a nossa consciência dando qualquer esmola, mas antes contrastar a cultura da indiferença e da injustiça com que se olha os pobres.

      Neste ponto, faz-nos bem recordar as palavras de São João Crisóstomo: «Quem é generoso não deve pedir contas do comportamento, mas somente melhorar a condição de pobreza e satisfazer a necessidade. O pobre só tem uma defesa: a sua pobreza e a condição de necessidade em que se encontra. Não lhe peças mais nada; mesmo que fosse o homem mais malvado do mundo, se lhe vier a faltar o alimento necessário, libertemo-lo da fome. (…) O homem misericordioso é um porto para quem está em necessidade: o porto acolhe e liberta do perigo todos os náufragos, sejam eles malfeitores, bons ou como forem. Aos que se encontram em perigo, o porto acolhe-os, coloca-os em segurança dentro da sua enseada. Também tu, portanto, quando vês por terra um homem que sofreu o naufrágio da pobreza, não o julgues, nem lhe peças conta do seu comportamento, mas liberta-o da desventura» (Discursos sobre o pobre Lázaro, II, 5).

      9. É decisivo aumentar a sensibilidade para se compreender as exigências dos pobres, sempre em mutação por força das condições de vida. Com efeito, nas áreas economicamente mais desenvolvidas do mundo, está-se menos predisposto hoje que no passado a confrontar-se com a pobreza. O estado de relativo bem-estar ao qual se habituaram torna mais difícil aceitar sacrifícios e privações. Está-se pronto a tudo só para não ficar privado daquilo que foi fruto de fácil conquista. Deste modo, cai-se em formas de rancor, nervosismo espasmódico, reivindicações que levam ao medo, à angústia e, nalguns casos, à violência. Este não é o critério sobre o qual construir o futuro; também estas são formas de pobreza, para as quais não se pode deixar de olhar. Devemos estar abertos a ler os sinais dos tempos que exprimem novas modalidades de ser evangelizadores no mundo contemporâneo. A assistência imediata para acorrer às necessidades dos pobres não deve impedir de ser clarividente para atuar novos sinais do amor e da caridade cristã como resposta às novas pobrezas que experimenta a humanidade de hoje.

      Faço votos de que o Dia Mundial dos Pobres, chegado já à sua quinta celebração, possa radicar-se cada vez mais nas nossas Igrejas locais e abrir-se a um movimento de evangelização que, em primeira instância, encontre os pobres lá onde estão. Não podemos ficar à espera que batam à nossa porta; é urgente ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem, aos centros de refúgio e de acolhimento… É importante compreender como se sentem, o que estão a passar e quais os desejos que têm no coração. Façamos nossas as palavras inflamadas do Padre Primo Mazzolari: «Gostaria de pedir-vos para não me perguntardes se existem pobresquem são e quantos são, porque tenho receio que tais perguntas representem uma distração ou o pretexto para escapar duma específica indicação da consciência e do coração. (…) Os pobres, eu nunca os contei, porque não se podem contar: os pobres abraçam-se, não se contam» (Revista «Adesso», n.º 7, 15 de abril de 1949). Os pobres estão no meio de nós. Como seria evangélico, se pudéssemos dizer com toda a verdade: também nós somos pobres, porque só assim conseguiríamos realmente reconhecê-los e fazê-los tornar-se parte da nossa vida e instrumento de salvação.

      Roma, São João de Latrão, na Memória de Santo António, 13 de junho de 2021.

      [Francisco]

         

        Já está próximo o Mês de Maio, no qual o povo de Deus manifesta de forma particularmente intensa o seu amor e devoção à Virgem Maria. Neste mês, é tradição rezar o Terço em casa, com a família; dimensão esta – a doméstica –, que as restrições da pandemia nos «forçaram» a valorizar, inclusive do ponto de vista espiritual.

         

         

        Por isso, pensei propor-vos a todos que volteis a descobrir a beleza de rezar o Terço em casa, no mês de maio. Podeis fazê-lo juntos ou individualmente: decidi vós de acordo com as situações, valorizando ambas as possibilidades. Seja como for, há um segredo para bem o fazer: a simplicidade; e é fácil encontrar, mesmo na internet, bons esquemas para seguir na sua recitação.

        Além disso, ofereço-vos os textos de duas orações a Nossa Senhora, que podereis rezar no fim do Terço; eu mesmo as rezarei no Mês de Maio, unido espiritualmente convosco. Junto-as a esta Carta, para que assim fiquem à disposição de todos.

         

        Queridos irmãos e irmãs, a contemplação do rosto de Cristo, juntamente com o coração de Maria, nossa Mãe, tornar-nos-á ainda mais unidos como família espiritual e ajudar-nos-á a superar esta prova. Eu rezarei por vós, especialmente pelos que mais sofrem, e vós, por favor, rezai por mim.

         

        Agradeço-vos e de coração vos abençoo.

         

        Roma, São João de Latrão, na Festa de São Marcos Evangelista, 25 de abril de 2020.

        Papa Francisco

         

        Oração à Maria

        Ó Maria,
        Vós sempre resplandeceis sobre o nosso caminho
        como um sinal de salvação e de esperança.
        Confiamo-nos a Vós, Saúde dos Enfermos,
        que permanecestes, junto da cruz, associada ao sofrimento de Jesus,
        mantendo firme a vossa fé.

        Vós, Salvação do Povo Romano,
        sabeis do que precisamos
        e temos a certeza de que no-lo providenciareis
        para que, como em Caná da Galileia,
        possa voltar a alegria e a festa
        depois desta provação.

        Ajudai-nos, Mãe do Divino Amor,
        a conformar-nos com a vontade do Pai
        e a fazer aquilo que nos disser Jesus,
        que assumiu sobre Si as nossas enfermidades
        e carregou as nossas dores
        para nos levar, através da cruz,
        à alegria da ressurreição. Amém.

        À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus;
        não desprezeis as nossas súplicas na hora da prova
        mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

         

        Oração à Maria
        «À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus».

        Na dramática situação atual, carregada de sofrimentos e angústias que oprimem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, refugiando-nos sob a vossa proteção.
        Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai a quantos se sentem perdidos e choram pelos seus familiares mortos e, por vezes, sepultados duma maneira que fere a alma. Sustentai aqueles que estão angustiados por pessoas enfermas de quem não se podem aproximar, para impedir o contágio. Infundi confiança em quem vive ansioso com o futuro incerto e as consequências sobre a economia e o trabalho.

        Mãe de Deus e nossa Mãe, alcançai-nos de Deus, Pai de misericórdia, que esta dura prova
        termine e volte um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intervinde junto do vosso Divino Filho, pedindo-lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança.

        Protegei os médicos, os enfermeiros, os agentes de saúde, os voluntários que, neste período de emergência, estão na vanguarda arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai a sua fadiga heroica e dai-lhes força, bondade e saúde.

        Permanecei junto daqueles que assistem noite e dia os doentes, e dos sacerdotes que procuram ajudar e apoiar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica.

        Virgem Santa, iluminai as mentes dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções justas para vencer este vírus.

         

        Assisti os Responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo aqueles que não têm o necessário para viver, programando soluções sociais e econômicas com clarividência e espírito de solidariedade.

        Maria Santíssima tocai as consciências para que as somas enormes usadas para aumentar e aperfeiçoar os armamentos sejam, antes, destinadas a promover estudos adequados para prevenir catástrofes do gênero no futuro.

        Mãe amadíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na certeza do vínculo que une a todos, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, a tanta pobreza e inúmeras situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração.

        Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai todos os vossos filhos atribulados e alcançai-nos a
        graça que Deus intervenha com a sua mão onipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal.

        Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amém.

         

        A mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões foi publicada no dia 04 de junho, durante a Solenidade de Pentecostes. O Dia Mundial das Missões este ano será celebrado no domingo 22 de outubro.

         

         

        Confira a mensagem na íntegra abaixo:

        Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões – “A missão no coração da fé cristã”

         Queridos irmãos e irmãs!

         

        O Dia Mundial das Missões concentra-nos, também este ano, na pessoa de Jesus, «o primeiro e maior evangelizador» (Paulo VI, Exort. ap. Evangelii Nuntiandi, 7), que incessantemente nos envia a anunciar o Evangelho do amor de Deus Pai, com a força do Espírito Santo. Este Dia convida-nos a reflectir novamente sobre a missão no coração da fé cristã. De facto a Igreja é, por sua natureza, missionária; se assim não for, deixa de ser a Igreja de Cristo, não passando duma associação entre muitas outras, que rapidamente veria exaurir-se a sua finalidade e desapareceria. Por isso, somos convidados a interrogar-nos sobre algumas questões que tocam a própria identidade cristã e as nossas responsabilidades de crentes, num mundo baralhado com tantas quimeras, ferido por grandes frustrações e dilacerado por numerosas guerras fratricidas, que injustamente atingem sobretudo os inocentes. Qual é o fundamento da missão? Qual é o coração da missão? Quais são as atitudes vitais da missão?

         

        A missão e o poder transformador do Evangelho de Cristo, Caminho, Verdade e Vida 

         

        1.         A missão da Igreja, destinada a todos os homens de boa vontade, funda-se sobre o poder transformador do Evangelho. Este é uma Boa Nova portadora duma alegria contagiante, porque contém e oferece uma vida nova: a vida de Cristo ressuscitado, o qual, comunicando o seu Espírito vivificador, torna-Se para nós Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14, 6). É Caminho que nos convida a segui-Lo com confiança e coragem. E, seguindo Jesus como nosso Caminho, fazemos experiência da sua Verdade e recebemos a sua Vida, que é plena comunhão com Deus Pai na força do Espírito Santo, liberta-nos de toda a forma de egoísmo e torna-se fonte de criatividade no amor.

         

        2.         Deus Pai quer esta transformação existencial dos seus filhos e filhas; uma transformação que se expressa como culto em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23-24), ou seja, numa vida animada pelo Espírito Santo à imitação do Filho Jesus para glória de Deus Pai. «A glória de Deus é o homem vivo» (Ireneu, Adversus Haereses IV, 20, 7). Assim, o anúncio do Evangelho torna-se palavra viva e eficaz que realiza o que proclama (cf. Is 55, 10-11), isto é, Jesus Cristo, que incessantemente Se faz carne em cada situação humana (cf. Jo 1, 14).

         

        A missão e o kairós de Cristo 

         

        3.         Por conseguinte, a missão da Igreja não é a propagação duma ideologia religiosa, nem mesmo a proposta duma ética sublime. No mundo, há muitos movimentos capazes de apresentar ideais elevados ou expressões éticas notáveis. Diversamente, através da missão da Igreja, é Jesus Cristo que continua a evangelizar e agir; e, por isso, aquela representa o kairós, o tempo propício da salvação na história. Por meio da proclamação do Evangelho, Jesus torna-Se sem cessar nosso contemporâneo, consentindo à pessoa que O acolhe com fé e amor experimentar a força transformadora do seu Espírito de Ressuscitado que fecunda o ser humano e a criação, como faz a chuva com a terra. «A sua ressurreição não é algo do passado; contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 276).

         

        4.         Lembremo-nos sempre de que, «ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo» (Bento XVI, Carta. enc. Deus caritas est, 1). O Evangelho é uma Pessoa, que continuamente Se oferece e, a quem A acolhe com fé humilde e operosa, continuamente convida a partilhar a sua vida através duma participação efetiva no seu mistério pascal de morte e ressurreição. Assim, por meio do Batismo, o Evangelho torna-se fonte de vida nova, liberta do domínio do pecado, iluminada e transformada pelo Espírito Santo; através da Confirmação, torna-se unção fortalecedora que, graças ao mesmo Espírito, indica caminhos e estratégias novas de testemunho e proximidade; e, mediante a Eucaristia, torna-se alimento do homem novo, «remédio de imortalidade» (Inácio de Antioquia, Epistula ad Ephesios, 20, 2).

         

        5.         O mundo tem uma necessidade essencial do Evangelho de Jesus Cristo. Ele, através da Igreja, continua a sua missão de Bom Samaritano, curando as feridas sanguinolentas da humanidade, e a sua missão de Bom Pastor, buscando sem descanso quem se extraviou por veredas enviesadas e sem saída. E, graças a Deus, não faltam experiências significativas que testemunham a força transformadora do Evangelho. Penso no gesto daquele estudante «dinka» que, à custa da própria vida, protege um estudante da tribo «nuer» que ia ser assassinado. Penso naquela Celebração Eucarística em Kitgum, no norte do Uganda – então ensanguentado pelas atrocidades dum grupo de rebeldes –, quando um missionário levou as pessoas a repetirem as palavras de Jesus na cruz: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Mc 15, 34), expressando o grito desesperado dos irmãos e irmãs do Senhor crucificado. Aquela Celebração foi fonte de grande consolação e de muita coragem para as pessoas. E podemos pensar em tantos testemunhos – testemunhos sem conta – de como o Evangelho ajuda a superar os fechamentos, os conflitos, o racismo, o tribalismo, promovendo por todo o lado a reconciliação, a fraternidade e a partilha entre todos.

         

        A missão inspira uma espiritualidade de êxodo, peregrinação e exílio contínuos 

         

        6.         A missão da Igreja é animada por uma espiritualidade de êxodo contínuo. Trata-se de «sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 20). A missão da Igreja encoraja a uma atitude de peregrinação contínua através dos vários desertos da vida, através das várias experiências de fome e sede de verdade e justiça. A missão da Igreja inspira uma experiência de exílio contínuo, para fazer sentir ao homem sedento de infinito a sua condição de exilado a caminho da pátria definitiva, pendente entre o «já» e o «ainda não» do Reino dos Céus.

         

        7.         A missão adverte a Igreja de que não é fim em si mesma, mas instrumento e mediação do Reino. Uma Igreja autorreferencial, que se compraza dos sucessos terrenos, não é a Igreja de Cristo, seu corpo crucificado e glorioso. Por isso mesmo, é preferível «uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças» (Ibid., 49).

         

        Os jovens, esperança da missão 

         

        8.         Os jovens são a esperança da missão. A pessoa de Jesus e a Boa Nova proclamada por Ele continuam a fascinar muitos jovens. Estes buscam percursos onde possam concretizar a coragem e os ímpetos do coração ao serviço da humanidade. «São muitos os jovens que se solidarizam contra os males do mundo, aderindo a várias formas de militância e voluntariado. (…) Como é bom que os jovens sejam “caminheiros da fé”, felizes por levarem Jesus Cristo a cada esquina, a cada praça, a cada canto da terra!» (Ibid., 106). A próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar em 2018 sobre o tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional», revela-se uma ocasião providencial para envolver os jovens na responsabilidade missionária comum, que precisa da sua rica imaginação e criatividade.

         

        O serviço das Obras Missionárias Pontifícias 

         

        9.         As Obras Missionárias Pontifícias são um instrumento precioso para suscitar em cada comunidade cristã o desejo de sair das próprias fronteiras e das próprias seguranças, fazendo-se ao largo a fim de anunciar o Evangelho a todos. Através duma espiritualidade missionária profunda vivida dia-a-dia e dum esforço constante de formação e animação missionária, envolvem-se adolescentes, jovens, adultos, famílias, sacerdotes, religiosos e religiosas, bispos para que, em cada um, cresça um coração missionário. Promovido pela Obra da Propagação da Fé, o Dia Mundial das Missões é a ocasião propícia para o coração missionário das comunidades cristãs participar, com a oração, com o testemunho da vida e com a comunhão dos bens, na resposta às graves e vastas necessidades da evangelização.

         

        Fazer missão com Maria, Mãe da evangelização 

         

        10.       Queridos irmãos e irmãs, façamos missão inspirando-nos em Maria, Mãe da evangelização. Movida pelo Espírito, Ela acolheu o Verbo da vida na profundidade da sua fé humilde. Que a Virgem nos ajude a dizer o nosso «sim» à urgência de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus no nosso tempo; nos obtenha um novo ardor de ressuscitados para levar, a todos, o Evangelho da vida que vence a morte; interceda por nós, a fim de podermos ter uma santa ousadia de procurar novos caminhos para que chegue a todos o dom da salvação.

         

        Vaticano, 4 de junho – Solenidade de Pentecostes – de 2017. 

        [Franciscus]

         

         

        A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta quinta-feira, dia 23 de março, uma nota sobre a Reforma da Previdência. No texto, aprovado pelo Conselho Permanente da entidade, os bispos elencam alguns pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, considerando que a mesma “escolhe o caminho da exclusão social” e convocam os cristãos e pessoas de boa vontade “a se mobilizarem para buscar o melhor para o povo brasileiro, principalmente os mais fragilizados”.

         

        nota-cnbb-reforma-da-previdencia

         

        Em entrevista coletiva à imprensa, também foram apresentadas outras duas notas. Uma sobre o foro privilegiado e outra em defesa da isenção das instituições filantrópicas. Na ocasião, a Presidência da CNBB falou das atividades e temas de discussão durante a reunião do Conselho Permanente, que teve início na terça-feira, dia 21 e terminou no fim da manhã desta quinta, 23.

         

        Apreensão

         

        Na nota sobre a PEC 287, a CNBB manifesta apreensão com relação ao projeto do Poder Executivo em tramitação no Congresso Nacional. “A previdência não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os direitos Sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio”, salientam os bispos.

         

        O Governo Federal argumenta que há um déficit previdenciário, justificativa questionada por entidades, parlamentares e até contestadas levando em consideração informações divulgadas por outros governamentais. Neste sentido, os bispos afirmam não ser possível “encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias”.

         

        A entidade valorizou iniciativas que visam conhecer a real situação do sistema previdenciário brasileiro com envolvimento da sociedade.

         

        Leia na íntegra:

         

        NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 287/16 – “REFORMA DA PREVIDÊNCIA”

        “Ai dos que fazem do direito uma amargura e a justiça jogam no chão”
         (Amós 5,7)

         

        O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, dos dias 21 a 23 de março de 2017, em comunhão e solidariedade pastoral com o povo brasileiro, manifesta apreensão com relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, de iniciativa do Poder Executivo, que tramita no Congresso Nacional.

         

        O Art. 6º. da Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a Previdência seja um Direito Social dos brasileiros e brasileiras. Não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os Direitos Sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio.

         

        Abrangendo atualmente mais de 2/3 da população economicamente ativa, diante de um aumento da sua faixa etária e da diminuição do ingresso no mercado de trabalho, pode-se dizer que o sistema da Previdência precisa ser avaliado e, se necessário, posteriormente adequado à Seguridade Social.

         

        Os números do Governo Federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições, inclusive ligadas ao próprio governo. Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. É preciso conhecer a real situação da Previdência Social no Brasil. Iniciativas que visem ao conhecimento dessa realidade devem ser valorizadas e adotadas, particularmente pelo Congresso Nacional, com o total envolvimento da sociedade.

         

        O sistema da Previdência Social possui uma intrínseca matriz ética. Ele é criado para a proteção social de pessoas que, por vários motivos, ficam expostas à vulnerabilidade social (idade, enfermidades, acidentes, maternidade…), particularmente as mais pobres. Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos-sociais e solidários. Na justificativa da PEC 287/2016 não existe nenhuma referência a esses valores, reduzindo a Previdência a uma questão econômica.

         

        Buscando diminuir gastos previdenciários, a PEC 287/2016 “soluciona o problema”, excluindo da proteção social os que têm direito a benefícios. Ao propor uma idade única de 65 anos para homens e mulheres, do campo ou da cidade; ao acabar com a aposentadoria especial para trabalhadores rurais; ao comprometer a assistência aos segurados especiais (indígenas, quilombolas, pescadores…); ao reduzir o valor da pensão para viúvas ou viúvos; ao desvincular o salário mínimo como referência para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a PEC 287/2016 escolhe o caminho da exclusão social.

         

        A opção inclusiva que preserva direitos não é considerada na PEC. Faz-se necessário auditar a dívida pública, taxar rendimentos das instituições financeiras, rever a desoneração de exportação de commodities, identificar e cobrar os devedores da Previdência. Essas opções ajudariam a tornar realidade o Fundo de Reserva do Regime da Previdência Social – Emenda Constitucional 20/1998, que poderia provisionar recursos exclusivos para a Previdência.

         

        O debate sobre a Previdência não pode ficar restrito a uma disputa ideológico-partidária, sujeito a influências de grupos dos mais diversos interesses. Quando isso acontece, quem perde sempre é a verdade. O diálogo sincero e fundamentado entre governo e sociedade deve ser buscado até à exaustão.

         

        Às senhoras e aos senhores parlamentares, fazemos nossas as palavras do Papa Francisco: “A vossa difícil tarefa é contribuir a fim de que não faltem as subvenções indispensáveis para a subsistência dos trabalhadores desempregados e das suas famílias. Não falte entre as vossas prioridades uma atenção privilegiada para com o trabalho feminino, assim como a assistência à maternidade que sempre deve tutelar a vida que nasce e quem a serve quotidianamente. Tutelai as mulheres, o trabalho das mulheres! Nunca falte a garantia para a velhice, a enfermidade, os acidentes relacionados com o trabalho. Não falte o direito à aposentadoria, e sublinho: o direito — a aposentadoria é um direito! — porque disto é que se trata.”

         

        Convocamos os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados.

         

        Na celebração do Ano Mariano Nacional, confiamos o povo brasileiro à intercessão de Nossa Senhora Aparecida. Deus nos abençoe!

         

        Brasília, 23 de março de 2017.

         

        Cardeal Sergio da Rocha
        Arcebispo de Brasília
        Presidente da CNBB

        Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ
        Arcebispo de São Salvador da Bahia
        Vice-Presidente da CNBB

        Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM
        Bispo Auxiliar de Brasília
        Secretário-Geral da CNBB

        O Natal costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga ouvir a voz do amor.

        Natal é você, quando se dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.

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        O pinheiro de Natal é você, quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida.

        Você é a decoração de Natal, quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida.

        Você é o sino de Natal, quando chama, congrega, reúne.

        A luz de Natal é você quando com uma vida de bondade, paciência, alegria, e, generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros.

        Você é o anjo do Natal quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, de justiça e de amor.

        A estrela–guia do Natal é você, quando consegue levar alguém, ao encontro do Senhor.

        Você será os Reis Magos quando conseguir dar, de presente, o melhor de si, indistintamente a todos. A música de Natal é você, quando consegue também sua harmonia interior.

        O presente de Natal é você, quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser humano.

        O cartão de Natal é você, quando a bondade está escrita no gesto de amor, de suas mãos.

        Você será os “votos de Feliz Natal” quando perdoar, restabelecendo de novo, a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício.

        A ceia de Natal é você, quando sacia de pão e esperança, qualquer carente ao seu lado.

        Você é a noite de Natal quando consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio recebe o Salvador do Mundo.

        Um Feliz Natal a todos que procuram assemelhar-se com esse Natal.

        Papa Francisco.

        Na quarta-feira, 21 de setembro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou ato oficial de lançamento do Ano Mariano, com uma celebração na sede da entidade, em Brasília (DF). A cerimônia contou com a participação da presidência da CNBB, membros do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), organismos vinculados à Conferência e colaboradores que atuam na sede.

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        Na ocasião, com a ajuda dos colaboradores, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi entronizada no auditório da CNBB e posta no centro do espaço. Leituras bíblicas, cantos, textos reflexivos e uma mensagem do papa Francisco foram meditados, lembrando a devoção à rainha e padroeira do Brasil. De acordo com o arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha, o período convida os brasileiros a voltarem o coração para Nossa Senhora. “É um ano para celebrar, para comemorar, para louvar a Deus, mas também para reaprender com Nossa Senhora como seguir Jesus Cristo, como ser cristão hoje”, enfatizou.

        O bispo falou também sobre as expectativas para o Ano. “Nós esperamos muito que o Ano Mariano possa ser de intensa evangelização com Maria, contando com a sua proteção, seguindo os seus exemplos, mas sendo essa Igreja em saída, essa Igreja misericordiosa, que a exemplo de Nossa Senhora vai ao encontro dos irmãos para compartilhar a alegria do Evangelho de Jesus Cristo – alegria da fé em Cristo”, disse.

        No final, dom Sergio exortou para que o Ano Mariano seja vivido intensamente por toda a Igreja no Brasil. “Que este momento seja para a evangelização, para a missão, tendo presente o exemplo, as lições que Nossa Senhora nos deixa, mas também recorrendo com confiança a sua intercessão materna”, finalizou o bispo.

        Ano Nacional Mariano

        O Ano Nacional Mariano foi proclamado pela CNBB, em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas Águas do Rio Paraíba do Sul. A iniciativa será celebrada a partir do dia 12 de outubro até o dia 11 de outubro de 2017.

        Em carta enviada aos bispos de todo o Brasil, a presidência da CNBB considera a celebração dos 300 anos “uma grande ação de graças” e recorda que todas as dioceses do país se preparam, desde 2014, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora, que percorre cidades e periferias.

        Confira, abaixo, a mensagem na íntegra:

        Mensagem à Igreja Católica no Brasil

        A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em comemoração aos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul, instituiu o Ano Nacional Mariano, a iniciar-se aos 12 de outubro de 2016, concluindo-se aos 11 de outubro de 2017, para celebrar, fazer memória e agradecer.

        Como no episódio da pesca milagrosa narrada pelos Evangelhos, também os nossos pescadores passaram pela experiência do insucesso. Mas, também eles, perseverando em seu trabalho, receberam um dom muito maior do que poderiam esperar: “Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe”. Tendo acolhido o sinal que Deus lhes tinha dado, os pescadores tornam-se missionários, partilhando com os vizinhos a graça recebida. Trata-se de uma lição sobre a missão da Igreja no mundo: “O resultado do trabalho pastoral não se assenta na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor” (Papa Francisco).

        A celebração dos 300 anos é uma grande ação de graças. Todas as dioceses do Brasil, desde 2014, se preparam, recebendo a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que percorre cidades e periferias, lembrando aos pobres e abandonados que eles são os prediletos do coração misericordioso de Deus.

        O Ano Mariano vai, certamente, fazer crescer ainda mais o fervor desta devoção e da alegria em fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2,5).

        Todas as famílias e comunidades são convidadas a participar intensamente desse Ano Mariano.

        A companhia e a proteção maternal de Nossa Senhora Aparecida nos ajude a progredir como discípulas e discípulos, missionárias e missionários de Cristo!

        Dom Sergio da Rocha
        Dom Murilo S. R. Krieger
        Arcebispo de Brasília-DF
        Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA
        Presidente da CNBB
        Vice-Presidente da CNBB
        Dom Leonardo Ulrich Steiner
        Bispo Auxiliar de Brasília-DF
        Secretário-Geral da CNBB

        “Todo aquele que der ainda que seja somente um copo de água fresca a um destes pequeninos, porque é meu discípulo, em verdade eu vos digo: não perderá sua recompensa” (Mt 10, 42).

         

        DAR DE BEBER A QUEM TEM SEDE

         

        A experiência da misericórdia torna-se visível pelo testemunho concreto. Sem a prática do Evangelho no cotidiano as palavras de Jesus ficam vazias. A humanidade precisa de misericórdia e compaixão. Vivemos em tempos de extremo egoísmo. Dar de beber a quem tem sede nos ajuda a romper as barreiras do egoísmo e do individualismo, é um pequeno gesto, mas de grande significado. Jesus no alto da cruz, disse: “tenho sede”, sabemos que a sede de Jesus é também a sede da humanidade. Sede de amor, justiça, perdão, solidariedade e de tudo aquilo que não gera vida em abundância.

         

        Falar desta obra de misericórdia nestes tempos em que é tão fácil ter água na torneira parece sem sentido. Porém, dar de beber a quem tem sede é mais do que oferecer um copo d’água. Dar de beber a quem tem sede é uma obra individual, mas que tem repercussão social. Além de praticar a misericórdia, precisamos cuidar do nosso planeta que vive com escassez de água.

         

        Evitar o desperdício e colaborar com a nossa “casa comum”. A água é uma das substâncias mais comuns em nosso planeta, cerca de 70% da superfície da Terra é coberta por água em estado líquido. A água não é apenas importante, mas indispensável para a vida humana, representando cerca de 60% do peso de um adulto. Um ser humano pode ficar semanas sem ingerir alimentos, mas passar de três a cinco dias sem ingerir líquidos pode ser fatal. Se recuperarmos as atitudes de misericórdia e compaixão entraremos na vivência essencial do Evangelho.

         

        Temos uma bela experiência da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, que criou uma página em uma rede social: “Água para um irmão de rua”. Por ocasião da crise de água em São Paulo, os bares e restaurantes pararam de fornecer água aos moradores de rua em torno da Cracolândia. Com esta iniciativa, conseguiram muitas doações de garrafas de água para distribuírem todos os domingos, cerca de 400 litros de água aos moradores de rua que têm sede.

         

        Diz o Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si: “Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos”. (cf. LS n.30).

         

        Ir. Ivani Costa

        O Papa Francisco proclamou este ano como Ano Santo da Misericórdia. A Bíblia nos apresenta Deus como Misericórdia e nossa vocação cristã é viver misericordiosamente. Mesmo se a compaixão e a misericórdia estão presentes muitas vezes em nosso cotidiano, neste ano, somos chamados a renovar nossa vida para que ela seja mais intensa e misericordiosa. A misericórdia é a luz e a chave de nossa vida tão preciosa e frágil e de nosso planeta tão vulnerável. As consequências práticas do Jubileu da Misericórdia são imensas: que se eliminem as dívidas injustas das pessoas e dos países explorados, que se abram as fronteiras aos imigrantes, que abramos as portas da misericórdia e os corações à esperança, que caminhemos guiados pela ternura das entranhas de misericórdia e a libertação para os que vivem oprimidos.

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        O Papa Francisco também nos recorda, em sua Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que devemos praticar as Obras de Misericórdia. Segundo a tradição da Igreja, temos as Obras de Misericórdia Corporais (materiais), que são: Dar de comer aos que têm fome, dar de beber aos que têm sede, prover os que não têm o que vestir, acolher o estrangeiro, assistir os doentes, visitar os presos e sepultar os mortos. E as Obras de Misericórdia Espirituais: Ajudar os que têm dúvidas, ensinar os que não sabem, aconselhar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as injustiças e rezar a Deus pelos vivos e mortos.

        Estas ações são simples, carregadas de amor, nos abrem à graça de Deus, como nos lembra Santa Faustina em seu diário espiritual: “O Amor é a flor e a Misericórdia é o fruto”.

        Sabemos que na nossa sociedade contemporânea precisamos atualizar as Obras de Misericórdia, para que os nossos gestos favoreçam a inclusão e a dignidade das pessoas. Por isso, nós vamos continuar refletindo sobre as Obras de misericórdia nos próximos Informativos para sentirmos a alegria do Jubileu da Misericórdia.

        “A prática diária da misericórdia nos deixará mais humildes e respeitosos em relação aos outros, e nos deixará mais confiantes em Deus, certos de que também nós mesmos precisamos contar com a misericórdia de Deus”. (Cardeal Odilo Scherer).

        Ir. Ivani Costa

        Caminhada para a grande celebração da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo

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        O mais importante da Quaresma é a Páscoa: a festa central do cristianismo, o ponto alto do ano litúrgico, cuja expressão máxima é a celebração da Vigília Pascal. Durante quarenta dias, a Quaresma, como um grande retiro popular, nos prepara para a festa da Páscoa, ajudando-nos a reviver a experiência do povo de Israel, que amadureceu sua fé na travessia do deserto, e a experiência de Jesus que assume sua missão após intenso tempo de oração e jejum. Percorremos com Jesus o caminho da Cruz e, com ele, passamos através da morte à vida nova que o Pai nos concede pelo seu Espírito. É tempo de deixar tudo o que é velho em nós; tempo de nos abrir à Vida sempre nova que brota da Cruz; tempo de nos tornar uma nova criatura, retomando a opção fundamental de nossa fé feita em nosso batismo, no desejo de um novo começo de nosso seguimento como discípulos do Senhor. A Quaresma, portanto, nos faz um forte e incisivo apelo à conversão, a Jesus Cristo, ao seu Evangelho, e aos valores do Reino ensinados e testemunhados por ele. A oração inicial da missa do 1º domingo da Quaresma nos faz uma boa motivação para sua vivência, dizendo: “Concedei-nos ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa”.

        O Papa Francisco nos convida a viver a Quaresma deste ano iluminados pelo Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. Que seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus. Quantas páginas da Sagrada Escritura se podem meditar, nas semanas da Quaresma, para redescobrir o rosto misericordioso do Pai! Pode-se aproveitar a própria liturgia da Palavra do dia, e escolher uma delas para fazer a leitura orante. Coloquemo-nos em atitude de maior escuta e de maior atenção à Palavra de Deus.

        A Quaresma começa na quarta-feira de cinzas e vai até a manhã da Quinta-feira Santa.

        A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil promove todos os anos a Campanha da Fraternidade, cuja finalidade principal é vivenciar e assumir a dimensão comunitária e social da Quaresma. A Campanha da Fraternidade ilumina de modo particular os gestos fundamentais desse tempo litúrgico: a oração, o jejum e a esmola. Neste ano, o tema da Campanha é “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).

        Pela quarta vez, a Campanha da Fraternidade é realizada de forma ecumênica. As Igrejas que integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) assumem como missão expressar em gestos e ações o mandato evangélico da unidade, que diz: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti; que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). O testemunho ecumênico coloca-se na contramão de todo tipo de competição e de proselitismo, tão frequentes no contexto religioso. É uma clara manifestação de que o diálogo e o testemunho conjunto são possíveis.

        Convido a todo povo de Deus caminheiro nas quatro comunidades que compõem a paróquia Nossa Senhora de Fátima a viver intensamente a Quaresma deste ano, impulsionados principalmente pelo Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. Quero motivá-los e incentivá-los a participar das atividades que acontecerão neste tempo. São elas: Missa da Penitência às sextas-feiras, às 5h45, Via Sacra às sextas-feiras à noite, em todas as comunidades, os encontros de reflexão e oração sobre a Campanha da Fraternidade nos grupos de base. Procurem valorizar neste tempo da Quaresma a adoração ao Santíssimo Sacramento, e façam também uma boa confissão experimentando ainda mais a misericórdia de Deus Pai que nos refaz e nos transforma.

        Uma abençoada Quaresma a todos e a todas, na graça e na misericórdia de Deus Pai.

        Padre Tarcísio