Timber by EMSIEN-3 LTD
Comunidade Nossa Senhora de Fátima - Av. Otávio Braga de Mesquita, 871 - Vila Fátima
Horários de missas
Domingo: às 7:30h, 11:00h e 19:00h
Quarta-feira: às 19:30h - Sexta-feira: às 7:30h

Comunidade São Francisco - Rua Síria, 384 - Jd. São Francisco
Horários de missas
Sábado às 19:00h

Comunidade São Lucas - Rua Ana Coelho da Silveira, 266 - Jd. Ipanema
Horários das missas
Domingo às 9:15hs (Exc. Aos 2° Domingos) e às 17:30h 2° terça-feira às 19:30h

Comunidade São Paulo Apóstolo - Rua fonte boa, 173- Vl. Barros
Horários das missas
Domingo às 9:15h - 2° quinta-feira do mês às 19h30 na Igreja da comunidade - 4º quinta-feira do mês às 19h30 nos setores da comunidade



nossa senhora de fátima

SETEMBRO O MÊS DA BÍBLIA

A Igreja Católica no Brasil, em sua Ação Evangelizadora, dedica o mês de setembro à Bíblia, Palavra viva de Deus que permanece para sempre.

 

 

Um mês para a Bíblia significa uma maior conscientização da importância da Palavra de Deus para nós. Como afirma São Paulo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra” (2 Tm 3,16-17).

 

Na Palavra de Deus encontramos o alimento da fé, da missão, a força para o testemunho e nossa identidade cristã.

 

O mês da Bíblia é para aumentar nossa confiança na Palavra de Deus e nosso compromisso de sermos ouvintes, crentes e praticantes da Palavra de Deus.

 

É necessário termos cada vez mais apreço e atenção à Palavra de Deus. “Em atenção à tua palavra vou lançar as redes” (Lc 5,5). A obediência à Palavra de Deus gera abundância de vida. Bento XVI, em sua exortação apostólica pós-sinodal sobre a Palavra de Deus diz: “Expresso o vivo desejo de que floresça na Igreja uma nova estação de maior amor pela Sagrada Escritura da parte de todos os membros do Povo de Deus, de modo que, a partir da sua leitura orante e fiel no tempo se aprofunde a ligação com a própria pessoa de Jesus” (Nº-72).

 

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil, 2019 – 2023 colocam mais uma vez a Igreja como lugar da animação bíblica da vida e da pastoral. Deve-se conferir um caráter bíblico a toda pastoral. O discípulo missionário é convidado a redescobrir o contato pessoal e comunitário com a Palavra de Deus como lugar privilegiado do encontro com Jesus Cristo. A animação bíblica é indispensável para que a vida da Igreja seja ainda mais uma escola de  interpretação ou conhecimento da Palavra, escola de comunhão e oração com a Palavra e escola de evangelização e proclamação da Palavra. Por isso, é necessário incentivar o uso da Bíblia na catequese e nas demais atividades pastorais das comunidades. Todo catequizando deve ter a Bíblia na mão e no coração. Nossa catequese deve ser centrada na Bíblia. Os grupos de base que se reúnem devem ser cada vez mais valorizados e incentivados, pois neles se escutam e procuram viver a Palavra de Deus. Nenhuma reunião ou encontro de Igreja deve começar sem a meditação da Palavra de Deus. O contato intensivo, vivencial e orante com a Palavra de Deus confere à reunião da comunidade um caráter de formação discipular. A leitura orante é uma forma de ler a Bíblia com proveito espiritual. É necessário ter atenção e assiduidade, para que, rezando a Palavra de Deus, compreendamos as coisas divinas e cheguemos a experimentar o que ouvimos e meditamos. “A Palavra está muito perto de ti: na tua boca e no teu coração, para que a ponhas em prática” (Dt 30,14). “Na boca, pela leitura; no coração, pela meditação e oração; na prática, pela contemplação e ação”. Para formar discípulos missionários, é urgente aproximar mais as pessoas e as comunidades da leitura orante da Palavra de Deus.

 

Que nossas comunidades eclesiais sejam cada vez mais a casa da Palavra viva de Deus.

Que Deus, rico em misericórdia, abençoe a todos e a todas.

Padre Tarcísio.

A missão da Pastoral Familiar é a defesa e promoção da pessoa em todas as etapas e circunstâncias da vida e a defesa dos valores cristãos para o matrimônio e os relacionamentos pessoais e familiares.

 

 

Entre os dias 11 a 17 de agosto de 2019 será celebrada em todo o Brasil a Semana Nacional da Família, evento promovido pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da CNBB, que tem como tema “A FAMÍLIA, COMO VAI?, pouca gente se recorda dos conteúdos, mais muitos se lembram da pergunta feita na campanha da fraternidade de 1994, “A família como vai?”.

 

Temos hoje uma Pastoral Familiar bem mais desenvolvida, abrangente e atuante nas Dioceses e comunidades. A chama de entusiasmo trazida pelos últimos Sínodos e pela Amoris Laetitia do Papa Francisco, justifica esse olhar positivo. Assim falou Dom João Barbosa de Sousa.

 

Segundo Pe. Jorge Filho, Assessor Nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, somos convidados a refletir sobre a iniciação à vida cristã que deve começar no seio da família, pois é nela que devemos, por primeiro, conhecer e aprender a amar a Deus.

 

Evento realizado anualmente e que já faz parte do calendário de milhares de paróquias do país, a Semana Nacional da Família foi realizada pela primeira vez como resposta ao desejo de se fazer algo em defesa, promoção e valorização da família. Para isso, foi escolhida a semana seguinte ao dia dos pais, no mês de agosto, com a proposta da Pastoral Familiar de articular-se com todas as demais pastorais da Igreja no sentido de evangelizar as famílias.

 

No mês de agosto a Pastoral Familiar da Paróquia Nossa Senhora de Fátima organiza a semana da família, que este ano será baseado no livro “Hora da Família, A FAMÍLIA COMO VAI?

 

A Paróquia Nossa Senhora de Fátima através da Pastoral Familiar, convida a todos para participar da SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA, que acontecerá nos dias: 10 a 18 de agosto de 2019.

 

Pastoral Familiar

 

A Igreja vive em campanha, ou seja, em jornada ativa em vista de seus objetivos. E com a realidade vocacional não é diferente. O desejo de ter um mês voltado à campanha vocacional teve seu ápice em 1981, durante a 19ª Assembleia Geral da CNBB, no qual bispos do Brasil decidiram estabelecer o mês de agosto como mês voltado para as vocações. Esta preocupação acerca da animação vocacional fora motivada pela Conferência de Puebla (1979), no processo de instalação de um novo modo de ser Igreja na América Latina, processo este que se iniciou com a Conferência de Medellín (1968), buscando uma nova identidade eclesial em consonância com a vida, a luta, os sonhos e a necessidade de emancipação da vil tirania que assolava a todo o continente.

 

 

Mas muito se engana quem pensa que, ao tratar-se das vocações, há a preocupação apenas com a formação e a ordenação de sacerdotes. A Igreja não se resume a isto. O mês vocacional nasce para fomentar a vocação eclesial da comunidade de fé. A Conferência de Puebla (1979) aponta que a vocação humana possui três dimensões: a humana, a cristã e a específica. Deste modo, no mês de agosto, o grande enfoque pastoral assumido pela Igreja é o mergulho no mistério profundo da graça batismal. A vocação comum dos batizados é à santidade e, para o cumprimento desta tarefa, é conferida a cada batizado uma missão especifica. Todas as missões especificas tem um único objetivo, contagiar a vida de todos com a alegria e os dons da Boa Nova de Jesus. Para isto, uns se consagram no grau da ordem, são ordenados diáconos, sacerdotes e bispos, outros se consagram na vida religiosa, como freis e freiras, monges e monjas, leigos celibatários em institutos seculares e afins, e tantos outros consagram a vida no matrimônio, na vida familiar. Ser um vocacionado, acima de tudo, é ser uma pessoa aberta e atenta às necessidades da comunidade eclesial- a Igreja, e a comunidade social- o meio em que se vive.

 

Por isto, neste mês, a cada domingo, será meditada nas comunidades do Brasil uma vocação específica, apresentando suas particularidades e celebrando o dom de Deus derramado na vida de seu povo. Que Deus não permita que faltem operários para a sua messe e que Maria, Mãe e Senhora das Vocações acompanhe a todos os vocacionados, nesta caminhada batismal, rumo à realidade definitiva, onde todos serão UM em Deus.

 

Seminarista Fernando Benetti.

 

No dia 15 de agosto, vamos celebrar os 55 anos de caminhada da paróquia. São 55 anos construindo o Reino de Deus, pelo anúncio e o testemunho da Palavra de Deus.

 

 

Bendizemos a Deus pelos frutos dessa caminhada. E não foram poucos. Nesses 55 anos de caminhada, surgiram pastorais, grupos de base, instâncias de comunhão e participação (conselhos), equipes pastorais, movimentos, vocações para o sacerdócio e para a vida religiosa, leigos e leigas comprometidos com a ação evangelizadora, três novas paróquias, jornal, site, Facebook. Quero destacar a criação da Associação Caritativa da Paróquia, para ser presença solidária da Igreja, junto aos mais pobres e marginalizados. Entre 2008 e 2018, construímos três novas igrejas, incluindo a Igreja Matriz, com recursos das comunidades, dando assim um verdadeiro testemunho de partilha e de generosidade. Quantas maravilhas realizadas por Deus através dos padres, das religiosas (Congregação das Irmãs da Caridade de Otawa), e dos leigos e leigas, que colaboraram e que continuam colaborando com a caminhada da paróquia.

 

Nossa paróquia é muito viva, animada e sempre procurou caminhar desde o seu início nos passos do Concílio Vaticano II, das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, das Conferências dos Bispos da América Latina e do Caribe, e em uma comunhão afetiva e efetiva, com nossa amada diocese de Guarulhos, que está a caminho de seus 40 anos de Evangelização. Motivados pelo Documento de Aparecida, temos trabalhado para que a paróquia seja cada vez mais missionária, com uma presença marcante na vida das pessoas, uma paróquia realmente de discípulos missionários de Jesus Cristo, com um ardor missionário contagiante, e fascinante.

Muito se fez nestes 55 anos, e há muito por se fazer ainda. Vivemos em uma mudança de época, com perda de valores, de costumes, um crescente individualismo e indiferentismo religioso, e com isso se perde a importância de valores como a comunhão, a solidariedade, a vida em comunidade, a alteridade e a gratuidade, e toda essa mudança atinge a vida das comunidades.

 

Não vamos desanimar diante dos desafios e das muitas dificuldades. As consequências da mudança de época são apelos para que continuemos nossa caminhada evangelizadora com forte dimensão missionária, profética, acolhedora e misericordiosa. Coragem sempre! Caminhar sempre! Desanimar jamais. Jesus prometeu: “Eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).

 

Celebremos com júbilo e com gratidão essa bonita história de fé, de amor e de missão.

 

Quero motivar e incentivar todo o povo de Deus caminheiro nas comunidades que compõem a paróquia, a participar da Missa festiva dos 55 anos, elevando a Deus a nossa ação de graças.

 

Paróquia Nossa de Fátima, sua vida é missão.

 

Padre Tarcísio.

 

Às proximidades da comemoração dos 55 anos da Paróquia Nossa Senhora de Fátima do bairro Vila Fátima, gostaria de olhar para o passado de nossa comunidade de fé para relembrar o chão em que crescemos, ou seja, a nossa história, e também buscar as pistas para alinhar os passos para o futuro.

 

 

Sou um jovem seminarista, de apenas 24 anos, cresci e fui inserido na comunidade cristã numa paróquia semiperiférica, edificada em 1964 por padres e religiosas canadenses que, com o objetivo de contribuir na evangelização do Brasil, das dioceses de Ottawa, Mont Laurier e Hull no Canadá, atenderam generosamente ao convite de Dom Marie-Joseph Lemieux, Arcebispo de Ottawa, para partilhar a Missão Ad gentes na América Latina, sob o impulso da CECAL (Comissão episcopal canadense da América Latina) e do CELAM (Conferência Episcopal Latino- Americana). Estes, adeptos da nascente teologia latinoamericana iniciaram suas atividades pastorais no espírito do Concílio Vaticano II, imprimindo nesta paróquia, pelo testemunho dos mesmos, a identidade eclesial “Povo de Deus” (cf. Lumen Gentium, n.9). Esta identidade paroquial adotada foi a estrutura pelas CEBs (comunidades eclesiais de base), que desenvolveram por espiritualidade e missão a vida de comunhão; a justiça social; o cuidado para com a criação.

 

Nesta dinâmica, a paróquia da Vila Fátima, que no início compreendia territorialmente praticamente metade do que hoje é chamada forania Aparecida, foi cenário de superação de muitos obstáculos sociais, mas foi também casa de partilha da fé, da vida, dos sonhos. Quando criança, junto de minha mãe e da saudosa Maria Valiatti, minha querida avó de coração que era agente da pastoral saúde na comunidade São Francisco, participávamos do grupo de base da rua em que morávamos, coordenado pela também saudosa e querida dona Sofia. Foi lá o primeiro contato eclesial que realmente me cativou; não foi numa Igreja de pedras, cheia de beleza e esplendor, mas numa comunidade viva de fiéis, testemunhas do ressuscitado. Me recordo que sempre eles falavam, em torno da Palavra de Deus, de coisas importantes, de projetos a serem seguidos, falavam da implantação de uma realidade nova. Quando eu ingressei no seminário e voltei às minhas fontes vocacionais, percebi que o assunto discutido por meu pequeno grupo de base, na minha infância, era o Reino de Deus.

 

Com isto, quero deixar como reflexão, para a celebração dos 55 anos de nossa paróquia, a doação tantos dos nossos irmãos e irmãs na fé que dedicaram suas vidas intensamente à construção do Reino de Deus por meio de novas relações, novas posturas sociais, novo modo de ser Igreja. Esta é a marca fundamental da rede de comunidades que é a paróquia da Vila Fátima, o nosso povo soube gerar diálogo entre a Igreja e uma sociedade em efervescência, entre a fé cristã e o anseio por transformação e libertação crescente do povo. Celebremos a nossa história recordando quantas maravilhas Deus fez na união vida da gente e mantenhamos o ânimo e a coragem para o quanto ainda Deus pode realizar em nós e por nós.

 

Seminarista Fernando Benetti

 

A Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB) acaba de publicar, por meio da Edições CNBB, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para o quadriênio 2019 – 2023. A publicação integra a série Documentos da CNBB sob o nº 109. Trata-se do principal documento que o episcopado brasileiro aprovou durante a sua 57ª Assembleia Geral, realizada em Aparecida (SP), de 1º a 10 de maio.

 

 

Para o quadriênio 2019-2023, as diretrizes foram estruturadas a partir da concepção da Igreja como “Comunidade Eclesial Missionária”, apresentada com a imagem da “casa”, “construção de Deus” (1Cor 3,9). Em tudo isso, as Diretrizes – aprovadas pelos bispos do Brasil– convidam todas as comunidades de fé a abraçarem e vivenciarem a missão como escola de santidade.

 

Na apresentação da publicação, a presidência da CNBB ressalta que as diretrizes são o caminho  encontrado para responder aos desafios do Brasil, “um país que, na segunda década deste século XXI, experimenta grandes transformações em todos os sentidos”. A introdução da publicação defende que as diretrizes constituem uma das expressões mais significativas da colegialidade e da missionariedade da Igreja no Brasil.

 

O Documento nº 109, de 93 páginas, é organizado em q u a t r o capítulos. No primeiro, cujo título é o “Anúncio do Evangelho de Jesus Cristo”, o texto aprofunda os desafios do contexto urbano e o papel das comunidades eclesiais missionárias neste contexto. O capítulo 2, fala do “O olhar dos discípulos missionários” sobre os desafios presentes na cidade.

 

O terceiro capítulo, “A Igreja nas Casas”, apresenta a ideia de casa, entendida como “lar” para os seus habitantes, acentua as perspectivas pessoal, comunitária e social da evangelização, inserindo no espírito da Laudato Si’, a perspectiva ambiental. Essa casa é a comunidade eclesial missionária que, por sua vez, é sustentada por quatro pilares: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária. O quarto capítulo, cujo título é “A Igreja em Missão” apresenta encaminhamentos práticos de ação para cada um dos pilares.

 

A publicação pode ser adquirida no blog da Edições CNBB no link: www.edicoescnbb.com.br

 

A DIGNIDADE HUMANA DOS FILHOS E FILHAS DE DEUS!

Deus criou o ser humano, “homem e mulher Ele os criou”. Mais: “Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, à imagem de Deus os criou” (cf. Gn 1,27).

 

 

A criação é fruto de uma vontade pessoal, de amor, não do acaso. Significa também reconhecer que o homem e a mulher, criados semelhantes ao Criador, são pessoas dotadas de liberdade e chamados à criatividade, à responsabilidade e ao amor oblativo. O ser humano não está na terra simplesmente para aguardar uma ordem, mas para colaborar com o Criador. Por isso que a felicidade do ser humano não está no ter, mas no ser.

 

O ser humano se realiza vivendo a vida como dom de Deus para os outros. Somos parceiros de Deus na obra da criação. O dom da vida é a primeira vocação que Deus dá à pessoa humana, depois Ele nos dá o dom da vida cristã pelo Batismo, e deste nasce nossa missão que dá sentido à vida humana e cristã.

 

Deus criou o ser humano à própria imagem, porque o quis próximo de si, não somente amigo, mas filho. Deus fez os seres humanos “capazes de Deus”. Isso significa que o ser humano está aberto ao infinito, “capaz” de participar da vida divina. Paulo em Atenas, citando um poeta grego, afirma: “Somos da raça do próprio Deus” (cf. At 17,28).

 

Crer que Deus nos quer como filho é crer que Deus nos ama. A revelação nos diz que Deus é amor cf. Jo 4, 8. 16. Crer no amor de Deus é crer que Ele quer a nossa felicidade. Aliás, o projeto de Deus para a pessoa humana é a felicidade. Deus nos quer pessoas felizes. Não uma felicidade passageira, à custa da infelicidade do outro, mas uma felicidade que acontece na prática do amor-doação, uma felicidade vista como imagem e antecipação de outra felicidade, para uma vida além da morte. O verdadeiro programa de felicidade que Deus quer para nós se encontra no sermão da montanha, nas bem-aventuranças do Evangelho, cf. Mt 5,1-12.

 

Promover a dignidade humana da pessoa é missão da comunidade eclesial.

 

Nos causa angústia ver todas as formas de vida ameaçadas, desde o seu início, em todas as suas etapas, até a morte natural. A cada dia vemos aprofundar a cultura de morte e de violência. Ela é incentivada pelas redes sociais, pelos meios de comunicação social com programas sensacionalistas, e que muitas vezes fazem até apologia a essa cultura de morte. O governo atual assinou decreto facilitando o porte e o uso de armas, com o discurso que isso vá diminuir a violência, ou proteger o cidadão, quando na verdade trará mais violência. Violência não se resolve com violência, mas com educação, com geração de empregos e renda, com justiça social, com disseminação de verdadeiros valores humanos, éticos, religiosos e cristãos.

 

É urgente que promovamos a cultura da vida e da paz, motivados e inspirados pelo 4º mandamento da Lei de Deus e pelo Evangelho da vida, anunciado e testemunhado por Jesus Cristo. Ele, o evangelho vivo do Pai, veio para que todos tenham vida, e a tenham em abundância (Jo 10,10).

 

As dores e as necessidades de muitos de nossos irmãos são grandes e não podem passar despercebidas, elas desafiam nossa ação evangelizadora, nossa fé cristã. E nos dizem que não podemos ficar indiferentes e omissos. Frente aos sofrimentos de nossos irmãos, nossa atitude pastoral como comunidades cristãs deve ser de solidariedade e de acolhimento. Temos que reivindicar aquelas políticas públicas de combate à violência, à miséria e à fome. A Campanha da Fraternidade desse ano sobre políticas públicas teve como objetivo geral “estimular a participação em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da doutrina social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade”.

 

O Documento de Aparecida nº 118 diz que devemos evitar “a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor”. E o Papa Francisco, na Alegria do Evangelho nº 19, diz: “Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros”.

 

Cada comunidade eclesial deve descobrir quais são os grupos humanos ou as categorias sociais que merecem atenção especial e lhes dar prioridade no trabalho da evangelização, e quais políticas públicas estão faltando na cidade, no bairro.

 

Nunca é demais dizer que devemos articular e dinamizar nossas pastorais sociais, para que elas colaborem para mudar as estruturas injustas presentes em nossa sociedade.

 

Acreditemos e lutemos pela sociedade do bem viver e conviver.

Coragem! Força! Vamos em frente! Deus abençoe a todos e a todas.

 

Padre Tarcísio

Estando próxima a solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, que é celebrada na quinta-feira depois da solenidade da Santíssima Trindade, nos deparamos com o sacramento mais salutar da Igreja. Santo Tomás de Aquino nos recorda a força da Eucaristia: destrói os pecados, potencializa o crescimento das virtudes e sacia a alma com todos os dons Espirituais. Mas, de contrapartida, é presente um cenário social-eclesial, a nível mundial, não tão consonante com os dons Espirituais provindos da Sagrada Comunhão. O mundo sofre pela ganancia do poder e a Igreja perece com tantos ataques que ferem a sua unidade. O desafio que fica aos cristãos de nossas comunidades é de descobrir, nesta celebração, a verdadeira imagem e essência do Cristo empobrecido que se faz presente no pão e vinho consagrados.

 

A experiência que os discípulos realizaram no partir do pão (Lc 24,31), não foi com uma teoria ou mero sentimento de solidariedade, mas com a Pessoa de Jesus, o missionário do Pai que, sendo rico, fez-se pobre para nos enriquecer (2 Cor 8,9). Dom Luciano Mendes dizia que “Jesus é a gratuidade-gratidão, pois recebe tudo gratuitamente do Pai e então faz-se todo entregue por nós”. A vida de Jesus foi isto, de fato, uma vida para-os-outros, uma proexistencia. Jesus é a Eucaristia, é o amor recebido, agradecido e ofertado. Isso deve nos gerar uma grande inquietação enquanto comunidade eclesial, pois como recorda o Papa Bento XVI “a Igreja não se autoconstitui como uma federação de comunidades. É uma unidade não por motivo de um governo centralizado, mas um único centro comum que a todos é possível, ela tira origem do único Senhor, que no único pão a cria como único corpo”. Ou seja, na Eucaristia, somos Igreja. E continuando com as palavras de Dom Luciano Mendes: “entrar em comunhão com Cristo na Eucaristia é deixar-se possuir pelo seu dinamismo de amor e aprender com Jesus a dar a vida pelos irmãos”.

 

Sendo fruto eucarístico, devemos constantemente nos perguntar: que Igreja queremos e estamos sendo? Somos expressão eucarística? O Papa Francisco (em consonância com São João XXIII), no seguimento de Jesus, expressou claramente o seu desejo de “uma Igreja pobre para os pobres” (EG 198), que pouco se preocupa com as glórias do mundo, mas realmente se faz “eucaristia”: agradecimento e oferta. Por isso, ao nos prepararmos para esta belíssima solenidade, mais que hinos, tapetes, sinos e incensos, busquemos também honrar o corpo de Cristo se preocupando com que é próprio da Vida de Jesus: a gratidão ao Pai e a gratuidade serviçal aos pobres. “Queres Honrar o Corpo de Cristo? Não permitas que ele seja objeto de desprezo em seus membros, isto é, nos pobres, privados de vestimentas”(São João Crisóstomo). Seguindo os passos de Jesus curaremos muitas das dores da humanidade e viveremos de forma mais intensa a unidade de nossa Igreja e a nossa missão de discípulos missionários.

 

Seminarista Fernando Benetti

A Igreja a serviço da vida

O Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus. “Eu vim para todos tenham vida” Jo 10, 10. Portanto, defender a vida até o fim, até as últimas consequências fez parte da vida, e da missão de Jesus.

 

 

A Igreja, continuadora da missão de Jesus deve também se colocar do lado da vida em todas as suas fazes e manifestações, denunciando todo tipo de abuso, e de violação à dignidade humana das pessoas. Em sua ação evangelizadora ela deve promover insistentemente a cultura da vida, da paz, e da solidariedade, se contrapondo à cultura da morte, da violência, e do descarte da vida humana. Nos, comprometendo com a cultura da vida, testemunhamos verdadeiramente nossa fé naquele que veio para que todos tenham vida, e vida abundante, feliz, e de qualidade. A causa da vida, deve ser nosso estilo de vida cristã.

 

O discípulo de Jesus não pode se calar diante de tantas ameaças à vida, e diante tantas injustiças que impedem a vida de nascer, de crescer e de desenvolver. A vida humana é ameaçada, e prejudicada, diante da destruição da natureza e do meio ambiente, da violência, do desemprego cada vez mais crescente, de um modelo econômico perverso, que coloca o lucro acima das necessidades básicas das pessoas, pois o importante é sempre o ter mais. Os Bispos reunidos na 57ª Assembleia geral da CNBB, que aconteceu de 01 -10 do mês de maio enviaram uma mensagem ao povo de Deus, onde mostraram que a Igreja deve estar ao lado dos pobres, cada vez mais pobres em um país onde o aumento das desigualdades e a concentração de renda em níveis intoleráveis é uma realidade cada vez mais evidente. No Brasil, cada dia são mais visíveis os sinais de morte que ameaçamos filhos de Deus, especialmente os mais vulneráveis o que faz necessária uma atitude clara, como aparecem na mensagem, mostrando que ninguém pode servir a dois senhores, Deus e o capital, com quem o atual governo está claramente alinhado, apoiando um liberalismo exacerbado e perverso que desidrata o Estado quase ao ponto de eliminá-lo, ignorando as políticas sociais de vital importância para a maioria da população, favorece o aumento das desigualdades, e a concentração de renda em níveis intoleráveis. Na mensagem, nossos bispos dizem que “a corrupção classificada pelo Papa Francisco como um “câncer social” profundamente radicada em inúmeras estruturas do país, é uma das causas da pobreza e da exclusão social na medida em que desvia recursos que poderiam se destinar ao investimento na educação, na saúde e na assistência social, caminho de superação da atual crise”.

 

A injustiça social assume proporções de ofensa a Deus, e de negação da ordem democrática, e desafia a nós cristãos, pois nosso país é considerado um país cristão. E como explicar tantas situações de injustiças, e de desfiguração da pessoa humana, num país em que a maioria da população se declara cristã?

 

Atualmente, defender os pobres e seus direitos, a justiça social, a igualdade, é ser taxado de comunista, de esquerdista, quando na verdade, é seguir o Evangelho de Jesus.

 

Nossos bispos dizem que “precisamos ser uma nação de irmãos e irmãs, eliminando qualquer tipo de discriminação, preconceito e ódio. Somos responsáveis uns pelos outros. O Brasil que queremos emergirá do comprometimento de todos os brasileiros com os valores que têm o Evangelho como fonte da vida, da justiça, e do amor”.

 

Como refletimos na Campanha da Fraternidade desse ano sobre políticas públicas, é de grande importância a participação dos cristãos na luta por políticas públicas de combate a miséria, e a exclusão, a participação nos vários conselhos de direitos presentes na sociedade, a participação política consciente, a atuação articulada e organizada das pastorais sociais de nossas co – munidades, em fim o engajamento em movimentos sociais e populares em favor de uma vida digna para todos. Com essa participação, e com esse engajamento podemos resgatar a dignidade da vida, dom de Deus, e devolver alegria e esperança aos pobres e marginalizados.

 

Assumamos com coragem, e profecia, a causa da vida.

 

Que Deus, Senhor da vida, abençoe a todos e a todas.

 

Padre Tarcísio.