Paróquia Nossa Senhora de Fátima – Vila Fátima – Guarulhos/SP

Ação concreta diante da Pandemia

A Feira Solidária surgiu a partir da necessidade e inquietudes vindas e potencializada pela  pandemia, de experiências existentes da Feira de Economia Solidária da cidade Guarulhos, além das provocações advindas do chamado do Papa Francisco com a Economia de  Francisco e Clara e da Encíclica Laudato Si.

Nas rodas de conversas para a construção da Cartilha do Bem Viver puxado pela Escola de Fé e Política Diocesana, o tema geração e renda, nos provocou a necessidade de ação,  o componente de  saberes inseridas nos conceitos da Economia Solidária dentro da Escola Diocesana de Fé e Política nos direcionaram a conceber o projeto de Feira.

Dentro de conceitos e princípios Ecológicos e de Economia Solidária, um coletivo de pessoas se uniu em torno da ideia da Feira Solidária. Convidamos vários segmentos que estavam ausentes da comercialização na cidade, dentre eles estão: artesanato (indígenas e da economia solidária), cooperativa de alimentação saudável (que estavam sem trabalho e renda e sem espaço para divulgar e comercializar seus produtos), agricultores familiares (com certificação para produtos orgânicos da região), movimento de agricultores dos assentamentos da reforma agrária do MST (que enfrentavam dificuldades diante  da suspensão das feiras em espaços públicos e da destruição de políticas públicas (PAA e PNAE), livros de escritores alternativos, ong ambiental que produz composto orgânico e mudas e Águas Terapêuticas  divulgando e comercializando o potencial das águas terapêuticas na prevenção de doenças.

Concomitantemente a Feira Solidária desenvolveu-se também outro projeto pelo do CNLB Diocesano, em parceria com a escola de Fé e Política, a criação do Banco Comunitário local, com a abertura de contas dos participantes da Escola de Fé e Política, CNLB e dos frequentadores que transacionam através do Banco Comunitário na Feira Solidária.

A Feira Solidária iniciou em setembro de 2020 no estacionamento do CDP, com a presença de Dom Edmilson. A Feira tem um organização de forma horizontal, decisões são tomadas pelo coletivo  em reuniões constantes, não há atravessadores, o foco é na autonomia e sustentabilidade socioambiental muito próximo ao conceito de Agroecologia e dos princípios da Economia Solidária que estamos aperfeiçoando na feira .

Se as janelas de possibilidades e esperanças são enormes, verdade também são os desafios, temos muito por fazer.  Muitas coisas, a principal é levar a Feira Solidária se tornar itinerante, circulando em toda cidade, principalmente para a periferia, onde impera os desertos alimentares. Outro desafio é conciliar a remuneração justa aos produtores e consumidores, proporcionando maior acessibilidade da população de baixa renda aos alimentos de qualidade e que possamos ultrapassar as barreiras do trabalho precarizado. Como enfrentar esses desafios, de forma sólida, constante e viável para todos e todas, senão com o fortalecimento da nossa organização além de buscar construir políticas públicas.

Essas e outras questões nos obriga a pensar, indignar, mas agir com coragem na perspectiva do evangelho do Cristo e seguindo as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.