A Palavra do nosso Pároco – Agosto 2017

Neste mês quero refletir com vocês sobre a participação na celebração dominical

“A participação na Eucaristia seja verdadeiramente para cada batizado, o coração do domingo: um compromisso irrenunciável, assumido não só para obedecer a um preceito, mas como necessidade para uma vida cristã verdadeiramente consciente” (São João Paulo II, no início do novo milênio, nº 36).

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Muitos católicos contagiados pela sociedade atual, já marcada pelo secularismo, não estão dando suficiente atenção ao domingo e descuidam muitas vezes  da participação na celebração dominical. O domingo para muitos é apenas um dia do final de semana, para passeios, lazer, menos um dia para louvar e agradecer a Deus. Há pessoas que se dizem cristãs, e falam de uma maneira natural não ter participado da celebração dominical. Outros já dizem que quando faltam, parece que fica faltando alguma coisa.

Alguns justificam que estavam estudando para prova ou que estavam cansados. Aliás, para as coisas de Deus e da Igreja temos sempre desculpas e justificativas.

São João Paulo II, em sua Carta Apostólica Dia do Senhor, afirma que o domingo tem diversas dimensões para os cristãos: “é dia do Senhor, em referimento à obra da criação; dia de Cristo, enquanto dia da nova criação e do dom do Espírito Santo que o Senhor Ressuscitado concede; dia da Igreja, como dia em que a comunidade cristã se reúne para a celebração; dia do homem, porque é dia de alegria, repouso e caridade fraterna”.

O papa emérito Bento XVI, na Exortação Apostólica pós-sinodal, sobre a Eucaristia diz: “Cientes desse princípio novo de vida que a Eucaristia deposita no cristão, os padres sinodais reafirmaram a importância que tem, para todos os fiéis, o preceito dominical como fonte de liberdade autêntica, a fim de poderem viver cada um dos outros dias segundo o que celebram no “dia do Senhor”. Com efeito, a vida de fé corre perigo quando se deixa de sentir o desejo de participar da celebração eucarística em que se faz memória da vitória pascal”.

Quero destacar que além do domingo, existem também outros dias em que os fiéis devem participar da Eucaristia, os chamados dias santos, que podem ser considerados um domingo a mais na semana. São eles 01/01, Solenidade da Santa Mãe de Deus Maria, quinta feira depois da Santíssima Trindade, Solenidade de Corpus Christi, 08/12, Solenidade da Imaculada Conceição e 25/12, Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ressalto que, para nós católicos, esses dias não são feriados civis como 07/09, 15/11 e 21/04, mas são dias santos.

A participação na assembleia litúrgica dominical, ao lado de todos os irmãos e irmãs com os quais se forma um só corpo em Jesus Cristo, é exigida pela consciência cristã.

Perder o sentido do domingo como dia do Senhor que deve ser santificado é sintoma de uma perda do sentido da autêntica liberdade cristã, a liberdade dos filhos de Deus.

Não podemos perder a referência cristã e sagrada do domingo, e também não podemos perder de vista que a missa dominical é o centro da vida cristã e o coração do domingo.

No seu discurso de abertura da V Conferência dos Bispos da América Latina e do Caribe, em Aparecida, Bento XVI falou da necessidade de dar prioridade, nos programas pastorais, à valorização da missa dominical.

“Temos de motivar os cristãos para que participem dela ativamente e, se possível, melhor ainda com as famílias. A participação dos pais com seus filhos à celebração eucarística dominical é uma pedagogia eficaz para comunicar a fé e um estreito vínculo que mantém a unidade entre eles”.

O domingo significou, ao longo da vida da Igreja, o momento privilegiado do encontro das comunidades cristãs com o Senhor ressuscitado.

É bom recordar que o domingo tem sua origem na Ressurreição de Jesus Cristo. Segundo unânime testemunho evangélico, a Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos aconteceu no primeiro depois do sábado (Mc 16, 2.9; Lc 24,1; Mt 28,1; Jo 20,1). É nesta base que, desde os tempos apostólicos, “o primeiro dia depois do sábado”, primeiro da semana, começou a caracterizar o próprio ritmo da vida dos discípulos de Cristo (cf. 1 Cor. 16,2).

É claro que também a participação na Eucaristia dominical, deve nos comprometer com o Evangelho de Jesus, com o projeto de seu reino, e com a construção de uma sociedade totalmente justa e inclusiva. Ao final da missa, quando o padre diz “Ide em paz, e o Senhor vos acompanhe”, ele está nos enviando em missão. Que cada um faça essa pergunta a si mesmo: A Celebração dominical é prioridade em minha vida cristã?

Que possamos evangelizar com amor, ardor, alegria e misericórdia, inspirados por Maria. Que Deus abençoe a todos e a todas.

Padre Tarcísio.