A Palavra do nosso Pároco – Dezembro/2015 à Janeiro/2016

Renovar para fazer o novo acontecer, de novo:

É urgente que aconteça uma renovação missionária nas comunidades eclesiais. O Documento de Aparecida assim se expressa: “Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” (Doc. Ap. 365). O Documento de Aparecida nos convoca para a conversão pastoral; ela não se reduz a uma mudança de estruturas e planos, mas principalmente de mentalidade.

Renovar não significa criar novas técnicas; não é modernizar. É fazer acontecer o novo, de novo. E o sempre novo são os começos das comunidades, como está relatado nos livros do Novo Testamento, sobretudo os Atos dos Apóstolos. As comunidades foram surgindo para poder vivenciar o seguimento de Jesus, para dar testemunho da sua ressurreição. Daí a consequência importante: não há autêntico seguimento de Jesus sem pertencer a uma comunidade eclesial. O discípulo e a discípula de Jesus são pessoas “eclesiais”, sujeitos eclesiais, e não objeto. A finalidade da comunidade eclesial é ajudar seus membros a seguir Jesus Cristo. O próprio Jesus definiu a missão da comunidade eclesial quando deu esta ordem aos seus Apóstolos: “Vão e façam com que todos se tornem meus discípulos” (cf. Mt 28,19).

Diante dos desafios da modernidade que tende submeter a sociedade ao ter e ao poder, que incentiva um comportamento que leva ao egoísmo e ao individualismo, que acentua o isolamento das pessoas, levando-as a perder muitos valores. Nosso esforço na ação evangelizadora será criar condições para que os valores cristãos, éticos, morais, humanos e religiosos sejam recuperados e vividos por todos. É preciso criar condições para que as pessoas possam viver relações de solidariedade e de fraternidade que permitam sua maior realização, no contexto atual, superando a fragmentação da vida e das relações humanas. As atuais Diretrizes da Ação Evangelizadora falam das atitudes de alteridade e de gratuidade que devem marcar a vida do discípulo missionário de todos os tempos. Gratuidade e alteridade, como expressões do Amor, são fontes de paz, reconciliação e fraternidade. São, portanto, modos de compreender o que há de mais decisivo em Jesus Cristo: a saída de si, rumo à humanidade marcada pelo pecado, fonte de dor morte.

Temos que nos perguntar sempre se nossa ação evangelizadora através das pastorais e comunidades valoriza a pessoa, a família, com as suas diversas exigências e inquietações. A comunidade eclesial deve desenvolver um trabalho que crie um relacionamento mais humano e mais humanizador entre as pessoas.

A renovação de nossas comunidades passa pela criação da cultura missionária. Assim como nas grandes cidades, o maior desafio é a mobilidade humana; na Igreja, o maior desafio é a mobilidade missionária, a sua passagem para a missão.

Todos os membros das comunidades eclesiais devem, com gestos e atitudes missionárias dizer: nossa vida é missão. Quando isso acontecer de verdade, acontecerá de fato a renovação das comunidades eclesiais.

Que em 2016 possamos avançar na renovação missionária das comunidades, superando uma pastoral de manutenção ou de conservação.

As comunidades devem estar mais próximas das pessoas, sendo âmbitos de viva comunhão e participação e orientando-se completamente para a missão.

 

Mãos à obra! Coragem! Fé em Deus! Bíblia na mão e no coração, e pé na missão. Que o Deus da misericórdia abençoe a todos e a todas. Amém.

 

padre-tarcisio

Padre Tarcísio.